Já passa de 20 mil o número de pessoas que assinaram o abaixo-assinado por justiça no caso de Vitor, conhecido como Vitinho, jovem negro, guia turístico local e morador querido de Caraíva, distrito de Porto Seguro (BA). Ele morreu durante uma operação policial, em circunstâncias que levantaram questionamentos e indignação tanto na comunidade local quanto em diversas regiões do país.
O abaixo-assinado foi criado por Miguel Neto na plataforma Change.org, que também o encaminhou à 8ª Promotoria de Justiça de Porto Seguro. O documento solicita providências do Ministério Público da Bahia, com foco na investigação rigorosa e independente dos fatos.
“Vitinho era uma das figuras mais queridas de Caraíva. Trabalhador, alegre, respeitoso. Sua morte não pode ser esquecida, nem tratada com silêncio. É um pedido de justiça que parte da comunidade e já ecoa por todo o Brasil”, afirmou Miguel Neto, autor da petição.
A mobilização pede a apuração completa das circunstâncias da morte de Vitinho, eventual responsabilização de agentes envolvidos, apoio à família da vítima e acompanhamento externo das ações de segurança pública na região. O texto da petição destaca possíveis violações de direitos humanos e solicita atuação urgente de órgãos como o Ministério Público, a Defensoria Pública e o Conselho de Direitos Humanos.
“Não estamos falando apenas de uma tragédia local, mas de um grito coletivo contra a banalização da violência. A morte de Vitinho tocou muita gente porque ele representa tantos outros jovens que merecem viver com dignidade e segurança. A justiça precisa agir”, reforça Miguel Neto.
A repercussão do caso segue crescendo nas redes sociais e na mídia, mobilizando vozes da sociedade civil, artistas, turistas e lideranças comunitárias. A expectativa é de que as autoridades tratem o caso com a seriedade e o compromisso que a situação exige.
A Bahia tem liderado o ranking nacional de mortes por intervenção policial nos últimos anos.
Em 2024, a Bahia registrou 1.557 mortes decorrentes de intervenções policiais, mantendo-se como o estado com o maior número absoluto de casos no país. Esse número representa uma redução de 8,5% em relação a 2023, quando foram contabilizadas 1.702 mortes desse tipo.
Esses dados refletem uma tendência preocupante de aumento da letalidade policial no estado, que tem sido objeto de debates e análises por parte de especialistas e organizações da sociedade civil.

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