Maior diamante já registrado no Brasil é encontrado por garimpeiros em Minas Gerais

Saiba o valor do diamante bruto de 646 quilates.

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Por João Paulo Silva Publicado em 09/06/2025, 16:45 - Atualizado em 09/06/2025, 16:45
Crédito — Reprodução/Redes Sociais. Siga no Google News

Um diamante bruto de 646 quilates, considerado o segundo maior já encontrado em território brasileiro e o maior já registrado no país, foi descoberto por garimpeiros em Coromandel, no Alto Paranaíba. A gema, avaliada extraoficialmente em mais de R$ 16 milhões, impressiona pelo tamanho e reforça a relevância da região no cenário diamantífero nacional.

A extração da pedra ocorreu de forma totalmente legal, em uma área com Permissão de Lavra Garimpeira (PLG) ativa, às margens do Rio Douradinho, na zona rural de Coromandel. Uma engenheira de mineração de uma empresa local conduziu a análise técnica, confirmando a autenticidade da valiosa gema. Por questões de segurança, os nomes dos envolvidos na extração e na possível negociação não foram divulgados.

Credibilidade e Reconhecimento da Atividade Mineral

A Agência Nacional de Mineração (ANM) confirmou a regularidade da extração, destacando a importância do reconhecimento formal do diamante. Para o órgão, descobertas como essa fortalecem a credibilidade da atividade mineral e ampliam a visibilidade do setor no Brasil, atraindo investimentos e fomentando o desenvolvimento.

O prefeito de Coromandel, Fernando Breno (PRD), ressaltou que a cidade, com pouco mais de 30 mil habitantes e já conhecida por sua tradição em mineração, agora abriga os três maiores diamantes já encontrados no país. “É um momento que marca não apenas a história de Coromandel, como reafirma o papel do município como referência nacional no setor diamantífero”, afirmou Breno. A Associação Mineira de Municípios (AMM) também celebrou a descoberta, enfatizando o potencial para atrair investimentos e o turismo, além de valorizar o povo da cidade.

A Origem e a Complexidade do Diamante

Segundo o geólogo Daniel Fernandes, o diamante é um mineral composto exclusivamente por carbono, formado sob condições extremas de altíssima temperatura e pressão no manto terrestre. “Lá, o carbono se isola e, com o tempo, cristaliza e forma o diamante”, explica. Essas pedras chegam à superfície por meio de atividades geológicas como falhas tectônicas e fluxos magmáticos. Em Coromandel, esse processo ocorreu há milhões de anos, com a erosão de um antigo vulcão, o kimberlito, e a dispersão dos diamantes pelos rios da região.

A gema encontrada ainda está em estado bruto e não foi lapidada, o que impede uma análise definitiva sobre sua coloração. Daniel Fernandes explica que os diamantes podem apresentar uma vasta gama de tonalidades devido a contaminações naturais durante sua formação. A lapidação é um processo crucial que define o valor comercial da pedra, realçando seu brilho e cor. “Se a coloração for escura, a lapidação abre janelas para deixá-la mais clara. Se for clara demais, fecha-se mais para intensificar a cor”, detalha o geólogo.

Com 646 quilates – um quilate equivale a 0,2 grama –, o diamante de Coromandel é notável por seu porte. Daniel Fernandes acredita que o valor da pedra pode até superar a estimativa de R$ 16 milhões, pois as tabelas internacionais de preço geralmente se limitam a gemas de até 15 ou 16 quilates. “Acima disso, já é considerado uma gema super-rara. Então, 646 quilates é fora da curva”, conclui o especialista.

A venda legal de diamantes no Brasil exige que o garimpo esteja regularizado junto à ANM e possua licença ambiental válida, garantindo a conformidade e a transparência do processo.

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