Em todos os anos eleitorais, ao se aproximar a data do pleito, é normal que os ânimos fiquem mais acirrados entre os apoiadores. O cansaço pela campanha e o estresse natural pela expectativa do que vai acontecer, deixam as pessoas mais tensas e junto com a tensão surgem discussões, algumas bem fortes.
É compreensível este estado de espírito naqueles que se engajaram em uma campanha a favor de algum candidato. É natural e compreensível o esgotamento de pessoas que por meses subiram e desceram ladeiras, argumentaram, fizeram trabalhos de convencimento com a população. À medida que se avizinha a decisão pelo que lutaram, os nervos ficam à flor da pele e torna-se impossível evitar desentendimentos.
Até aí, nada a se estranhar, sempre foi assim e sempre será. Porém, o que estamos assistindo este ano extrapola o desentendimento e até brigas mais sérias. O que estamos assistindo com grande frequência são ataques além do aceitável, agressões que passam do limite, entre pessoas que muitas vezes nem se conhecem e passam a se odiar pelo simples fato de apoiarem candidatos diferentes.
Aí a coisa muda de figura. O nível de hostilidade de alguns acaba tornando insustentável qualquer tipo de diálogo, e estes ou perdem apoio de quem poderia estar do lado, ou atraem a ira de outros iguais, se sustentando em impropérios que às vezes chegam ao cometimento de crimes.
Qual candidato vai querer gente assim ao seu lado? Qual concorrente a um cargo público há de concordar com apoiadores que em seu nome partem para insultos e saem “comprando briga” a torto e a direito, sem o mínimo de respeito a quem quer que seja?
Políticos sérios prezam pela credibilidade. Algum desentendimento mais sério, causado, muitas vezes, pela exaustão da própria jornada eleitoral, é concebível e qualquer pessoa está sujeita a isto, mas quando se ultrapassa esta linha, o próprio político (sério, naturalmente) se afasta. Quando o político tem senso crítico e experiência ao que se propõe, ele é o primeiro a saber fazer esta diferença.
“Diga-me com quem andas e te direi quem tu és”, neste caso, é mais do que um ditado conhecido e o político preparado e conhecedor do perfil de seus eleitores sabe disto. Ouro Preto é uma cidade pacífica, de gente tranquila e apaziguadora, alguns cabos eleitorais não entenderam isto ainda.
As eleições estão muito próximas e cada detalhe é importante na hora da escolha. Com certeza, tanta hostilidade não é a melhor opção.
Deixar Um Comentário