Jovem aspirante a cineasta exibe curta “Pandeminas” em Ouro Preto

O filme de Ben-hur Nogueira vai abrir a Mostra de Cinema Preto e Periférico de Ouro Preto 2023.

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Por João Paulo Silva Publicado em 13/11/2023, 16:06 - Atualizado em 13/11/2023, 16:07
Foto — Reprodução / Divulgação. Siga no Google News

No isolamento social, um aspirante a cineasta usa de sua câmera para relatar a luta dos pais, dois ativistas dos direitos humanos inspirados pelo programa de erradicação da fome dos Panteras Negras norte-americanos, a alimentar sua periferia na maior crise sanitária da história.

A película foi gravada no momento de isolação social e também durante o toque de recolher durante a pandemia na periferia de Belo Horizonte, no Morro das Pedras. O filme terá a sua pré-estreia internacional no dia 11 de dezembro, no Cine Vila Rica, em Ouro Preto. Ben-hur Nogueira que também estuda Computação na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), espera contar com a colaboração da mídia local para expandir mais a mensagem que o filme quer trazer de esperança e também de afeto para todos os trabalhadores afetados na pandemia.

Ele conta que teve a ideia de fazer o filme quando minha mãe lhe deu uma câmera. Bem-hur conta que percebeu que muitos trabalhadores estavam sendo afetados devido à pandemia e a partir daí começou a desenvolver o filme com aquela câmera barata.

Foto — Reprodução / Divulgação.

“A principal motivação foi tirar foto com a câmera e não fazer um filme, contudo percebi que a realidade do Brasil estava ficando bastante complicada com os trabalhadores e para as pessoas estavam passando fome e a partir daí eu comecei a fazer o filme”.

Ben-hur conta também que o filme conta com a participação de vários ativistas e trabalhadores da periferia e também mostra como a pandemia afetou os trabalhadores nas periferias e, ao mesmo tempo, em que foi extremamente prejudicial para a sua favela em Belo Horizonte.

O jovem faz questão de ressaltar que o filme não conta com nenhuma lei de incentivo estatal ou privado. “O filme mostra como que é possível fazer arte no Brasil, mas, ao mesmo tempo, é muito complicado devido à distribuição, então um grande foco do filme também é universalizar o poder de cinema de mostrar a realidade da periferia para o mundo e como isso pode mudar e influenciar outros jovens periféricos com o mesmo desejo de mudar as coisas como eu”.

Ben-hur explica que o filme faz parte de um projeto que está desenvolvendo que se chama “mostra de cinema Preto periférico”. Sua primeira mostra acontece em Ouro Preto. “Quero expandir mais essa ideia nos próximos anos. Tenho vontade de fazer um almoço oficial e utilizar juris qualificados para poder privilegiar cineastas pretos e periféricos e também universalizar a mensagem que eles querem trazer. Então o filme é apenas um exemplo de como estou buscando reconhecimento da arte preta feita no Brasil e como que a gente pode resistir através da arte culturalmente”.

A Mostra de Cinema Preto Periférico vai ocorrer no dia nos dias 11 a 14 de dezembro no Cine Vila Rica e vai ser aberto ao público de maneira gratuita “Através disso, quero incentivar também a ida das pessoas para assistir filmes brasileiros e filmes com temáticas pretos periféricas, essa é basicamente a ideia do festival”.

Foto — Reprodução / Divulgação.

Por fim, Ben-hur diz acreditar que o filme tem potencial de universalizar a linguagem do cinema da mesma forma em foi universalizado pela imagem do cinema desde que era pequeno. Acredito que o filme tem um potencial de mostrar para o jovem periférico que existem outras saídas e oportunidades para se expandir. “O filme é uma carta de amor à minha periferia de origem, Morro das Pedras e Mabel.

Foto — Reprodução / Divulgação.

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