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Itabiritense compartilha história pessoal de luta contra o câncer de mama em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto-MG

Diagnostica com câncer no mesmo dia em que completou 37 anos, Francislene irá contar no XXI Encontro de Mulheres, promovido pelo CRAS de Cachoeira, como foi capaz de renascer depois da doença.

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Por João Paulo Silva Publicado em 19/10/2018, 10:44 - Atualizado em 02/07/2019, 01:11

Foto-Arquivo Pessoal
Crédito-Ronan Pedroza

Olhar-se no espelho pode adquirir um significado diferente para as mulheres nesta quarta-feira, 19 de outubro. A data, na qual se comemora o Dia Internacional do Câncer de Mama, serve como alerta para a população feminina sobre a importância de prevenir e tratar a doença. De acordo com dados da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (INCA), por meio de dados da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer, a doença é uma das mais recorrentes em mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma e representa 25% do total de casos de câncer feminino no mundo.

Ainda segundo os dados divulgados pelo INCA, foram registrados aproximadamente 1,7 milhões de casos somente em 2012. O câncer de mama é a quinta maior causa de morte por câncer em mulheres, causando cerca de 522 mil óbitos por ano. A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia. Já na população feminina abaixo de 40 anos, ocorrem menos de 10 óbitos a cada 100 mil mulheres, enquanto na faixa etária a partir de 60 anos o risco é 10 vezes maior.

O Ministério da Saúde recomenda ações que atuem sobre os determinantes sociais do processo saúde-doença e promovam qualidade de vida. Tais ações, segundo o MS, são fundamentais para a melhoria da saúde da população e o controle de doenças e agravos. Destacam-se ainda campanhas que ampliem o acesso à informação e as práticas preventivas, como o Outubro Rosa, por exemplo.

“Vou vencer o câncer”

Preocupado com a promoção da saúde, a prevenção e detecção precoce da doença, a unidade do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto (MG), promove no dia 30 de outubro, o XXI Encontro de Mulheres com o tema – “Vou vencer o câncer”. A convidada do dia para a Roda de Conversa, que acontece, às 14h, na Rua Padre Afonso de Lemos S/N é Francislene Freitas, 38 anos, moradora de Itabirito (MG). No evento com participação da Equipe de Mediação de Conflitos da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a moradora de Itabirito (MG) irá compartilhar com os presentes a sua experiência sobre a doença.

Francislene foi diagnosticada com câncer de mama aos 37 anos. O diagnóstico veio no dia do seu aniversário. “Naquele momento eu perdi meu chão, mas me lembro da minha médica dizer que eu não estava sozinha”. A jovem enfrentou os tratamentos de rádio e quimioterapia. Além de passar por uma dolorosa cirurgia, perdeu os cabelos e ficou bastante inchada, além de sofrer com intermináveis enjoos. Com a doença, algumas pessoas foram embora da vida de Fran, até mesmo aquelas as quais ela considerava como amigos. Mas outras chegaram e se uniram em oração pela sua saúde.

Sofrimento

“Apesar de todos esses sofrimentos, nunca tirei o sorriso do rosto, pois ele eleva o espírito e alma. Em todos os momentos de dúvidas e medo eu conversei muito com Deus e sempre confiei no tratamento, nos remédios, nos médicos e principalmente na cura. Quando eu falo em Deus, não estou falando em religião, mas em espiritualidade, fé, persistência e luta”. Fran conta que a caminhada não é fácil. “É uma situação delicada, difícil de lidar para muitas mulheres e cercada por preconceito de todos os lados, além de trazer o temor da morte espreitando a todo momento”.

Apesar de liberada do tratamento da doença, realizado por meio de substâncias químicas, a luta ainda não acabou. “Ainda há um longo processo pela frente e tenho cirurgia a ser feita. Estou liberada da químio e da radioterapia, mas ainda sou acompanhada regularmente pelos meus médicos”.

Resiliência e troca

A itabirense diz ter renascido com a doença. “A doença veio para realizar mudanças na minha pessoa, de dentro para fora. Ela veio para mexer comigo e me mostrar coisas novas, um jeito diferente de encarar a vida. Mostrar a importância de uma flor, de um bom dia, um abraço, um olhar caridoso para com o próximo”. Nem mesmo o rompimento com o namorado após o diagnóstico foi capaz de ofuscar o brilho de Fran que seguiu adiante, lembrando sempre de quem é e sabendo que mesmo as mais “peitudas” podem sentir medo. Sendo que falo de peito, não seios. Mas principalmente sabendo que o maior amor que pode existir é aquele voltado a si mesma.

A coordenadora do CRAS Cachoeira do Campo, Cida Peixoto, falou sobre a importância do debate para que as mulheres exerçam a alteridade e conheçam a história de superação de Francislene. “História como as de Fran são um bálsamo para nossas vidas, nos enchem de alegria e esperança. Eu estou encantada por esse ser humano maravilhoso que está sempre sorrindo e contagiando a todos em sua volta”. Cida aproveitou a oportunidade para convidar todos os interessados e interessadas a participarem da roda de conversa no dia 30 de outubro.

“Venham todos e todas. Um relato como esse deve ser disseminado. Não deixem de compartilhar essa experiência que com toda certeza será maravilhosa e venham saber mais detalhes sobre a história de Fran. Essa história de luta, resiliência e liberdade”.

 

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