7º Festival de História (fHist) debate intolerância e mudanças climáticas, com programação gratuita em Diamantina

Evento acontece entre os dias 18 e 21 de setembro, a partir da temática “Tempos de Extremos”, reunindo debates, conferências, feiras, minicursos, exposições e shows

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 26/08/2024, 18:05 - Atualizado em 26/08/2024, 18:05
Foto — Pedro Miranda / Divulgação. Siga no Google News

Reconhecido como um dos principais festivais de literatura historiográfica e cultural do Brasil, a 7ª edição do Festival de História (fHist) acontece entre os dias 18 e 21 de setembro, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. Seguindo a tendência de refletir sobre temas contemporâneos e urgentes, dessa vez o fHist aborda a temática “Tempo de Extremos”, debatendo a intolerância, o negacionismo e a aceleração das mudanças climáticas. Mas não apenas. A programação é recheada por conferências e debates, oficinas e minicursos, feira de livros, rodas de conversa e sessões de autógrafos e de cinema, além de shows, performances e exposições que ampliam as reflexões.

A programação do 7º fHist é inteiramente gratuita. Devido à limitação da capacidade de público em alguns ambientes, para as mesas de debates e outras atividades de formação, como minicursos e conferências, que acontecem no histórico Teatro Santa Izabel de Diamantina, datado do século XIX, é necessário realizar inscrição prévia neste link.

Para o coordenador Américo Antunes, jornalista e idealizador fHist, esta edição do festival condensa as vivências drásticas que as sociedades têm enfrentado nos últimos anos, em diferentes partes do mundo. “Hoje, nós vivemos desafios extraordinários. Tanto do ponto de vista de nossas conquistas civilizatórias, da liberdade e da democracia, que estão ameaçadas pelo negacionismo e pelas fake news. Quanto pelas mudanças climáticas, negadas por aqueles que não reconhecem a importância da ciência”, avalia Antunes.

Debates e conferências

Neste contexto, as mesas de debate e as conferências vão reunir historiadores, além de profissionais de outras áreas do conhecimento, que desenvolvem pesquisas relacionadas às problemáticas propostas pelo fHist. Entre os destaques dessa edição está a mesa de debate “A Natureza entre a Ciência e o Negacionismo Climático”, que vai abordar as aceleradas mudanças no clima do mundo todo.

O debate será conduzido pelo sociólogo Jean Carlos Hochsprung Miguel, doutor em Política Científica e Tecnológica e professor da Unifesp; Ricardo Ribeiro de Castro Solar, professor de Ecologia da UFMG; e Pedro Telles da Silveira, historiador e professor da UFRGS.

No mesmo caminho de questionamento, o debate “O Nosso Passado Colonial e o Lítio” vai traçar um paralelo entre a exploração do ouro e diamantes no Brasil Colônia, baseada na escravidão de populações negras e indígenas, com a mineração do século XXI, praticada por conglomerados empresariais e com fortes impactos para o meio ambiente. Participam do debate Aline Weber Sulzbacher, doutora em Geografia e professora da UFVJM; Juan Pedro Bretas Roa, doutor em química e pesquisador da UFVJM; além de Joyce Silva, ativista do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Uma outra linha de debates, “História e Verdade em Disputa”, vai abordar a desinformação e as fake news no universo científico. Uma realidade que tem obrigado cientistas de todas as áreas do conhecimento a trabalhar em duas frentes: na investigação de problemas científicos sérios e no combate e na refutação de grupos que insistem em desacreditar a ciência. O encontro será conduzido por Letícia Cesarino, mestre em antropologia, professora da UFSC e atual assessora especial em educação e cultura do Ministério dos Direitos Humanos; junto de Caroline Silveira Bauer, historiadora e professora da UFRGS.

Tecnologias e homenagens

Para além das discussões relacionadas ao “Tempo de Extremos”, o fHist também sucinta debates sobre outros temas pertinentes para o estudo da História. “Nós temos um guia temático, mas o festival não está restrito a temas pré-determinados. Também vamos falar de outros assuntos igualmente importantes, como o impacto da tecnologia no estudo e no ensino da história. Além de fazer uma justa homenagem ao professor Alberto Costa e Silva, um dos maiores especialistas em História da África e da cultura afro-brasileira, falecido no ano passado”, avalia o coordenador do festival, Américo Antunes.

A homenagem a Alberto Costa e Silva, diplomata, poeta, ensaísta e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), será apresentada em conferência magna pela historiadora Marina de Mello e Souza, atual diretora do Centro de Estudos Africanos da USP — que participará pela primeira vez de uma edição do fHist. O evento terá a mediação de Pilar Lacerda, educadora, especialista em políticas públicas de Educação e curadora do fHist.

Atividades artísticas e culturais

Para além dos debates e conferências, uma das atrações mais esperadas do 7º fHist é a Orquestra Sinfônica Jovem de Diamantina, que se apresenta na Praça do Bonfim, encerrando o festival, no dia 21 de setembro, a partir das 20h. Além do fechamento com chave de ouro, e com entrada gratuita, durante os três dias de evento o público poderá aproveitar diversas outras atividades artísticas e culturais.

Entre as atrações está a feira de artesanatos feitos por mulheres do Jequitinhonha, como as tradicionais peças de cerâmica que encantam turistas do mundo inteiro, e outros produtos semiprocessados. Também será realizada a Feira de Livros, reunindo lançamentos historiográficos e acadêmicos de peso. Nesse sentido, o fHist vai organizar um espaço de “Prosa com os Autores”, permitindo que o público troque ideias com escritores da área da História, que estarão autografando seus livros, incluindo nomes como Lavínia Rocha, Marina de Mello e Souza, Marcella Albaine, Aldair Rodrigues, Moacir Maia, João Gustavo Melo, Letícia Cesarino e Jorge Nahas.

No campo do audiovisual, haverá sessões comentadas de cinema de três obras que dialogam com a temática “Tempo de Extremos”, guia desta edição do fHist. Os filmes a serem exibidos são “A Cidade que me toca”, ficção documental de Guilherme Reis sobre a relação de um jovem cego com a música de Diamantina; “Carta de Linhares”, documentário de Marcelo Passos, da M3 Vídeo, sobre torturas sofridas por presos políticos na cidade mineira de Juiz de Fora, na Zona da Mata; e “Pelo Direito de Ser”, filme documental dirigido por Raquel Galiciolli, a partir de distintas histórias de pessoas LGBTQIAP+.

O 7º fHist é uma realização da Stratégia e da Nota Comunicação, em parceria com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e a Prefeitura de Diamantina. 

SERVIÇO | 7º Festival de História (fHist)

Quando. De 18 a 21 de setembro
Onde. Teatro Santa Izabel (Praça Dom Joaquim, 166 - Diamantina)
Quanto. Entrada franca
Mais: Inscrições para mesas e atividades formativas neste link

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