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Estudante da UFOP descobre nova espécie de libélula na Cachoeira das Andorinhas em Ouro Preto-MG

A descoberta do estudante de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto, Walter Francisco de Ávila Júnior, que também é monitor do Parque Estadual do Itacolomi, foi parar justamente no Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde ocorreu o incêndio do dia 2 de setembro.

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Por João Paulo Silva Publicado em 20/09/2018, 17:31 - Atualizado em 02/07/2019, 00:51

Foto-A espécie de libélula foi batizada com o nome científico Heteragrion Cauei, em homenagem a Cauê, filho de Walter Francisco.
Crédito-Arquivo do pesquisador

A nova espécie de libélula, batizada de Heteragrion Cauei, foi encontrada na Área de Proteção Ambiental (APA) Cachoeira das Andorinhas, em Ouro Preto, pelo estudante da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e monitor do Parque Estadual do Itacolomi, Walter Francisco de Ávila Júnior. A confirmação da descoberta foi publicada em dezembro de 2017. Com isso, um exemplar da espécie precisou ser depositado em uma coleção, indo parar justamente no Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde ocorreu o incêndio do dia 2 de setembro.

Walter iniciou uma pesquisa de campo para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de graduação em Ciências Biológicas, pela UFOP, em 2015, com o objetivo de catalogar o máximo de espécies de libélulas que habitam a região do Rio das Velhas. Ao longo do leito do rio, foram identificadas 42 espécies de libélulas até aquele momento — que contribuem na qualidade ambiental e são indicadoras de conservação do local — e a nova espécie foi encontrada nos trechos mais bem preservados das matas ciliares.

A constatação se deu ao levar o espécime para o laboratório e começar a distingui-lo. Durante o processo, houve um momento em que não se conseguia encontrar as características morfológicas comparada a nenhuma outra já reconhecida. Para finalizar, Walter entrou em contato com o pesquisador Frederico Lencioni, um dos maiores especialistas do gênero Heteragrion no Brasil, e depois de enviar-lhe um exemplar, verificaram tratar-se de uma nova espécie.

A confirmação da descoberta para a comunidade científica internacional veio após a publicação do artigo que descrevia o inseto na revista alemã Odonatológica, especializada em libélulas. A publicação foi assinada por Walter, por seu orientador, o professor da UFOP Marco Antônio Alves Carneiro, e pelo pesquisador Frederico Augusto de Atayde Lencioni. Depois da publicação, descobriram que essa espécie também foi vista em Itatiaia, pequeno distrito da cidade de Ouro Branco.

Incêndio – Quando se faz a descrição de uma espécie, é preciso depositar um espécime (ou exemplar único) em coleções científicas, o qual chamamos de holótipo. Isso serve para a descrição original da nova espécie. Segundo o orientador Marco Antônio, o holótipo encontrado na Cachoeira das Andorinhas estava no Museu Nacional do Rio de Janeiro, atingido pelo incêndio. “A nova espécie de libélula estava entre os cerca de 5 milhões de exemplares de insetos destruídos pelo fogo”.

 

Assessoria de Comunicação Institucional/UFOP

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