Em Roma, brasileira entrega mais de 110 mil assinaturas contra decreto que restringe cidadania italiana
A proposta visa limitar o reconhecimento da cidadania italiana por direito de sangue a apenas duas gerações nascidas fora do território italiano.
A advogada ítalo-brasileira Fabíola Leardini entregou pessoalmente, nesta terça-feira (13/5), à Câmara dos Deputados de Roma um abaixo-assinado com mais de 110 mil assinaturas contra o Decreto-Lei 36/2025. A proposta visa limitar o reconhecimento da cidadania italiana iure sanguinis (por direito de sangue) a apenas duas gerações nascidas fora do território italiano.
Residente em Bérgamo há mais de 20 anos, Leardini percorreu mais de 500 quilômetros até a capital italiana para entregar o documento aos parlamentares eleitos no exterior. A ação foi simbólica e buscou reforçar a indignação de milhares de descendentes de italianos espalhados pelo mundo.
A petição foi criada por ela mesma na plataforma Change.org e ultrapassou 112 mil assinaturas em menos de duas semanas. O movimento ganhou força nas redes sociais, reunindo apoio global da comunidade ítalo-descendente. Fabíola é uma das integrantes da Associação Natitaliani, que atua na defesa dos direitos dos cidadãos italianos no exterior.
“Essa viagem representa, para mim, um ato de amor pela Itália e de defesa da dignidade jurídica daqueles que, como eu, estão ligados a esta terra por sangue e história”, declarou Leardini. “Como autora da petição, sinto o dever cívico e moral de me opor a um decreto que discrimina e apaga laços identitários profundos.”
O chamado “Decreto da Vergonha”, como vem sendo apelidado por seus críticos, é visto como uma ameaça ao vínculo histórico e cultural que une a Itália a seus descendentes no exterior. A votação do texto está prevista para ocorrer entre hoje e amanhã. O prazo final para a conversão em lei é 27 de maio.
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