“Coronavac é segura e estimula anticorpos em crianças e adolescentes”, conclui pesquisa britânica

A definição sobre o uso do imunizante nesta faixa etária cabe à Anvisa e ao Ministério da Saúde. Instituto Butantan já entregou mais de 52,2 milhões de doses ao Plano Nacional de Imunizações .

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 29/06/2021, 18:58 - Atualizado em 29/06/2021, 19:00
Vacinação drive thru na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), zona norte do Rio. A cidade do Rio de Janeiro. Crédito – Tânia Rêgo/Agência Brasil. Siga no Google News

A vacina Coronavac é segura e estimula a produção de anticorpos em crianças e adolescentes com idade entre 3 e 17 anos, mostra estudo científico publicado pela revista The Lancet, do Reino Unido. Foram feitos ensaios clínicos entre outubro e dezembro do ano passado na província chinesa de Hebei e envolveram 552 participantes. 

A produção de anticorpos contra o antígeno do coronavírus foi maior que 96% após 28 dias da aplicação das duas doses. No Brasil, o imunizante da biofarmacêutica Sinovac é produzido em parceria com o Instituto Butantan. 

Segundo o instituto, os dados das fases 1 e 2 do estudo foram encaminhados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A definição sobre o uso do imunizante nesta faixa etária cabe ao órgão e ao Ministério da Saúde.

O estudo mostrou reações adversas de grau 1 e 2, entre leve e moderada. Apenas 1% dos voluntários apresentou reação adversa de grau 3. A maioria das reações ocorreu sete dias após a aplicação e a recuperação dos pacientes se deu em até 48 horas. Dor no local da vacina e febre foram as reações mais comuns, com 13% e 5%, respectivamente.

“Os dados, portanto, indicam um ótimo perfil de segurança e bons títulos de anticorpos neutralizantes induzidos pelo imunizante, o que apoia um esquema vacinal de duas doses para estudos adicionais no grupo de crianças e adolescentes”, diz o Butantan.

A Coronavac é um dos imunizantes usados no Plano Nacional de Imunizações (PNI). Desde janeiro, o instituto entregou mais de 52,2 milhões de doses ao Ministério da Saúde. 

The Lancet é uma revista científica sobre medicina e com revisão por pares que é publicada semanalmente pela Elsevier, no Reino Unido, pelo Lancet Publishing Group.

Foto - Reprodução. Crédito - Rovena Rosa/Agência Brasil.

Excelência em outras estudos

A CoronaVac, vacina do Butantan em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, é o imunizante mais eficiente na proteção contra casos graves da doença, prevenindo até 97% das mortes de pessoas contaminadas no Brasil. A conclusão é de um levantamento feito pelo epidemiologista Wanderson de Oliveira, ex-secretário Nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. 

Os dados do estudo foram obtidos por meio do OpenDataSus, sistema oficial do Ministério da Saúde. A pesquisa analisou o período de duas semanas após a aplicação da segunda dose da vacina. Ou seja, pessoas que completaram o esquema vacinal e aguardaram o tempo de resposta do sistema imunológico.

Também foi possível concluir que a CoronaVac teve 50,4% de eficácia para casos muito leves, que não requerem nenhum atendimento médico, e 77,96% de eficácia para casos leves que necessitam de atendimento médico.

Foram analisadas, ainda, as taxas de eficácia contra casos graves de outras vacinas: Astrazeneca (90%), Janssen (85%), Sputnik V (85%) e Pfizer (80%).

A vacina do Butantan também já demonstrou sua excelência em outros estudos, tanto nacionais quanto internacionais. No Brasil, os resultados finais do estudo clínico de fase 3 da CoronaVac demonstraram que a eficácia geral do imunizante pode chegar a 62,3% quando o intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina for de 21 a 28 dias. 

O imunizante também foi estudado no Projeto S, estudo clínico realizado pelo Butantan na cidade de Serrana, onde a vacinação fez os casos sintomáticos de Covid-19 despencaram 80%, as internações, 86%, e as mortes, 95%. 

Já na Turquia, por exemplo, a CoronaVac apresentou eficácia geral de 83,5%, segundo estudo da Universidade Hacettepe. Na Indonésia, uma análise de profissionais de saúde vacinados mostrou uma redução de 94% do número de casos sintomáticos.

Com informações da Agência Brasil e Instituto Butantan

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