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“O Conselho dos Mestres”, nova crônica de Antoniomar Lima para o JVA

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 23/10/2023, 12:15 - Atualizado em 23/10/2023, 12:15
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Antoniomar Lima é graduado em Letras (licenciatura em Língua Portuguesa) pela UFOP e já publicou dois livros de poesias. Crédito — Arquivo pessoal. Siga no Google News

O poeta Manuel Bandeira que praticou uma literatura com temas simples e corriqueiros dizia que gostava de estar no meio do povo, pois segundo ele, este é que fala "gostoso". Sou da mesma opinião do bardo pernambucano.

Já li “Estrela da Vida Inteira” vezes incontáveis. E, cada vez que revisito a sua obra completa, mais me certifico que para escrever não necessitamos de uma erudição estupenda e, sim, saber atritar as palavras e tentar, da melhor maneira possível dizer o que verdadeiramente queremos.

Aliás, ele mesmo deixou um conselho, de sua própria experiência, aos que têm vocação para a escrita: “não escrevo quando eu quero, mas quando a poesia quer”.

Creio que esse conselho serve tanto para a poesia quanto para a prosa. Ele queria dizer para a gente não forçar a escrita, mas esperar o momento propício que, cada um saberá quando for à hora. 

Por outro lado, outros poetas já disseminaram o inverso, como é o caso de João Cabral de Melo Neto, o engenheiro da palavra, que não acreditava na inspiração, mas sim, num trabalho mental, sem o intermédio da emoção.

Enfim, esse e outros pontos de vista - se tivermos paciência de procurar - certamente, acharemos, pois, existem aos montes...

Acredito que todos são válidos. Além do mais, depende muito de cada autor na de passar para o papel o que realmente quer. 

Não há um monopólio ou uma regra de poder absoluto sobre como se deve escrever. Cada artista é uma instituição com sua visão distinta. 

Outro exemplo é o da poetisa goiana Cora Coralina que, segundo ela mesma, até tentou ler a gramática, mas chegou à conclusão que nada escreveria se pautasse os seus escritos por ela. E, mesmo não seguindo os ditames da gramática, conseguiu criar obras marcantes e deixando assim seu nome eternizado na literatura brasileira.

Não podemos subestimar as opiniões dos mestres, sejam estas simples ou sofisticadas. Tais opiniões não se restringem somente ao campo artístico, elas servem até para as coisas mais corriqueiras do cotidiano que parecem insignificantes, mas que carregam em si grandes lições que muito ajudam na vida prática.

Laudate Dominum

“Coisas do Cotidiano”

Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduando em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”

Um Comentário

  1. Jeferson 23/10/2023 em 13:25- Responder

    Ótimo texto!

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