Coisas do Cotidiano: Leia “Idos e Vividos”, por Antoniomar Lima

Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”

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Por Antoniomar Lima Publicado em 27/06/2024, 12:11 - Atualizado em 27/06/2024, 12:11
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Antoniomar Lima é graduado em Letras (licenciatura em Língua Portuguesa) pela UFOP e já publicou dois livros de poesias. Crédito — Arquivo pessoal. Siga no Google News

Tomei emprestado os vocábulos ‘idos e vividos’ que constam na última estrofe do soneto “À Carolina” que abre o livro “Relíquias da Casa Velha” de Machado de Assis, editado em 1906 para falar, não de amor e saudade como magistralmente ele escreveu para a esposa Carolina Xavier de Novais, mas da brevidade das coisas do cotidiano.

Quantas coisas que nos aborrecem já passaram? Quantas alegrias? Quantas tristezas? Enfim, quantas coisas! …

Essa permuta existe desde o começo do planeta terra e tem pontuado nossos dias, momentos e horas. 

Talvez, aí resida o segredo da valorização da existência, pois não é porque ela é efêmera que suporemos que não vale a pena vivermos as coisas que cremos que são benéficas e úteis.

Que tudo passa, é uma verdade inconteste, mas que não passe em vão, que as coisas boas sejam aproveitadas e que as nem tanto, os céus nos dê sabedoria para tirar ensinamentos e lições.

Que os momentos 'idos' tenham sido 'vividos' com satisfação para que outros – talvez, maiores e melhores – venham, fazendo com que a prateleira das passagens significativas sirva de referências aos presentes e aos vindouros...

Que estes sejam verdadeiramente mais numerosos do que os desagradáveis e aborrecidos, para nossa certificação e contentamento diante do caos cotidiano que se desenrola lá fora...

Tudo passa: governos, ideologias, coisas, pessoas etecetera e tal. Diante desses passamentos, que tenhamos consciência tranquila e cientes de nossa contribuição ao desenvolvimento do mundo – mesmo, às vezes, no anonimato – e que oportunamente possamos também dizer um dia, no que tange a efemeridade das coisas: “momentos idos e vividos! ”

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