Carrefour tem 72 horas para se explicar sobre a morte de João Beto

O hipermercado foi notificado, nesta segunda-feira (23), pelo Procon-SP que também recordou o histórico de violência envolvendo o emprrendimento.

Home » Carrefour tem 72 horas para se explicar sobre a morte de João Beto
Por João Paulo Silva Publicado em 23/11/2020, 14:40 - Atualizado em 23/11/2020, 14:47
Foto – João Beto. homem negro espancado e morto em supermercado de Porto Alegre. Crédito – Arquivo Pessoal/Reprodução. Siga no Google News

O Carrefour foi notificado pelo Procon-SP e agora o hipermercado tem 72 horas, a partir desta segunda-feira (23/11), para se explicar sobre o crime do último dia 19, em que João Alberto Silveira Freitas foi espancado e morto em uma unidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

O caso, que aconteceu na véspera do Dia da Consciência Negra (20/11), gerou grande repercussão com manifestações por todo o país. Essa não é a primeira vez em que o fornecedor envolveu-se em situações de violência e discriminação.

 “O Carrefour precisa explicar como está selecionando as empresas que fazem a segurança de seus estabelecimentos, quais os critérios e o treinamento. Queremos saber por que casos de violência têm se repetido em suas lojas”, afirma Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP.

Leia - Homem negro é espancado até a morte em supermercado de Porto Alegre

Explicações

De acordo com o Procon-SP, a empresa deverá explicar quais procedimentos administrativos foram adotados após o episódio; responder se o serviço de segurança é próprio ou terceirizado; se for terceirizado, quais empresas prestam serviços no Estado de São Paulo e quais os critérios de contratação. Deverá ainda informar qual a política interna de treinamento de funcionários e prestadores de serviço quanto aos direitos e garantias do consumidor.

Histórico de violência

O Procon-SP lembrou que em 2009, no estacionamento de uma loja em Osasco, um cliente do hipermercado foi agredido por funcionários do Carrefour acusado de roubar o próprio carro. Em 2018, em unidade de São Bernardo do Campo, outro homem sofreu violência física de representantes da empresa, ficando, inclusive, com sequelas. Nesse dois episódios, as vítimas eram negras.

A Fundação lembrou também que no mês de agosto deste ano, um promotor de vendas de uma unidade no Recife morreu enquanto trabalhava, seu corpo foi coberto com guarda-sóis e a loja seguiu funcionando. Há também o caso da cadela Manchinha, de 2018, envenenada e espancada por um representante da rede. 

Código de Defesa do Consumidor

O Código de Defesa do Consumidor estabelece que a Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo.

Denúncias de discriminação, racismo e violência contra o consumidor podem ser registradas em nossos canais de atendimento; veja quais são aqui https://www.procon.sp.gov.br/espaco-consumidor/

Deixar Um Comentário