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Bolsonaro permanece na UTI após cirurgia, sem previsão de alta

“Pós-operatório do ex-presidente será delicado e prolongado”, conforme a equipe médica relatou nesta segunda-feira (14).

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 14/04/2025, 17:28 - Atualizado em 14/04/2025, 17:28
Foto — O ex-presidente, Jair Bolsonaro. Crédito — Valter Campanato/Agência Brasil Siga no Google News

“O pós-operatório do ex-presidente Jair Bolsonaro será delicado e prolongado”, conforme a equipe médica relatou nesta segunda-feira (14), detalhando o estado do político. Bolsonaro, que passou por uma cirurgia de aproximadamente 12 horas no domingo (13), permanece internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, sem previsão de alta.

Durante uma coletiva de imprensa, o cardiologista Leandro Echenique, que acompanha Bolsonaro desde o ataque a faca em 2018, enfatizou que esta foi a sétima intervenção cirúrgica do ex-presidente. “Alguns menos complexos, mais simples. Outros, muito complexos, ao longo de todos esses anos. Sobre o procedimento realizado ontem [domingo], categorizamos ele entre os mais complexos”, afirmou Echenique.

“Tinha muita aderência, que são complicações desde o período inicial, de 2018. Se não houvesse aquela primeira cirurgia, as demais não teriam ocorrido”, explicou, acrescentando que “felizmente terminou muito bem”. “O resultado final foi excelente. Claro que um procedimento de grande porte, com 12 horas de duração, implica em alguns cuidados muito específicos de pós-operatório, da parte clínica, que vamos acompanhar nos próximos dias”.

Segundo o cardiologista, a cirurgia transcorreu sem complicações inesperadas. “Foi o que era esperado”, reiterou, observando que procedimentos prolongados frequentemente levam a uma resposta inflamatória significativa do organismo. “Fica muito inflamado e isso pode ocorrer no pós-operatório. É comum, é normal”, explicou.

O médico listou possíveis complicações para os próximos dias, como aumento do risco de infecções, necessidade de medicamentos para controlar a pressão arterial devido à dilatação dos vasos sanguíneos, e riscos de trombose e outros problemas de coagulação. “Uma série de intercorrências que podem acontecer. Agora, todas as medidas preventivas serão tomadas. Por isso, ele encontra-se na UTI neste momento”, afirmou Echenique.

Cláudio Birolini, médico-chefe da equipe cirúrgica, detalhou que Bolsonaro apresentava distensão e desconforto abdominal persistente, além de marcadores inflamatórios elevados, o que indicou a necessidade da cirurgia. “Grosso modo, a situação do ex-presidente era a seguinte: um abdome hostil, com múltiplas cirurgias prévias e aderências, causando um quadro de obstrução intestinal. E uma parede abdominal bastante danificada em função da facada e das cirurgias prévias. Isso já nos antecipava que [o procedimento de domingo] seria bastante complexo e bastante trabalhoso”.

Birolini informou que foram necessárias 2 horas para acessar a cavidade abdominal e mais 4 ou 5 horas para liberar as aderências. A equipe então iniciou a reconstrução da parede abdominal. “O intestino dele estava bastante sofrido, o que nos leva a crer que ele já vinha com esse quadro subclínico há alguns meses”, completou.

“Essas primeiras 48 horas são bastante críticas. A gente tem que ficar alerta, de olho. Depois disso, a gente entra numa outra fase de pós-operatório, um pouco mais tranquila, mas já antecipo que não tenho grandes expectativas de uma evolução rápida. A gente precisa deixar o intestino descansar, desinflamar, retomar sua atividade para só depois pensar em realimentação por via oral e retomada de outras atividades”, explicou o médico-chefe.

Bolsonaro está recebendo alimentação parenteral, por via intravenosa. “O ex-presidente tem uma agenda bastante intensa e é difícil segurá-lo. Vou tentar segurá-lo, na medida do possível, mas ele tem o ritmo dele”, destacou Birolini, acrescentando que o objetivo é que o ex-presidente retome uma vida normal, sem restrições.

“Visitas para familiares estão liberadas, mas conversei com a equipe e com a Michelle [Bolsonaro, esposa do ex-presidente] para a gente restringir ao máximo. Ele gosta muito de falar, conversar, e esse é o momento em que a gente tem que deixá-lo mais tranquilo, em um ambiente mais reservado”, concluiu.

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