Atingidos pela barragem de Fundão param o trânsito em Mariana

De acordo com o MAB, a manifestação em Mariana não foi isolada, mas faz parte de um movimento em todo o país.

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 14/03/2024, 11:48 - Atualizado em 14/03/2024, 15:14
Foto enviada por uma leitora do JVA. Siga no Google News

No início da manhã desta quinta-feira (14), atingidos pela barragem de Fundão, em 2015, no distrito de Bento Rodrigues, interditaram a rodovia que liga Mariana às mineradoras Vale, Samarco e Cedro. O trânsito para Antônio Pereira e Catas Altas também foi interrompido pelos manifestantes. Organizadores do ato informaram que o motivo é a falta de reconhecimento de reivindicações dos moradores do distrito de Águas Claras.

O protesto transcorreu de forma pacífica e foi acompanhando pela Polícia Militar, no entanto, foi registrado longa fila de carros, caminhões e ônibus que tiveram dificuldade em seguir o tráfego, principalmente nos arredores do bairro São Cristóvão, onde os manifestantes se concentraram. Por volta de 8h30, uma fila de veículos chegava até a Rua Frei Durão, no centro histórico de Mariana.

Vídeo enviado por uma leitora mostra o tráfego parado na Rua Frei Durão.

A manifestação em Mariana não foi isolada, mas faz parte de um movimento em todo o país. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) informou que houve uma série de atos em todo o Brasil lembrando o 27º Dia Internacional de Luta em defesa dos Rios, contra as Barragens, pela Água e pela Vida. As manifestações marcam a Jornada de Lutas promovida anualmente pelo Movimento para dar visibilidade às causas dos atingidos de todo o mundo.

“É reconhecido nacionalmente que as populações atingidas sejam por barragens, crimes socioambientais e desastres como deslizamentos, enchentes e estiagens prolongadas, nunca tiveram políticas específicas que garantissem o mínimo de direitos e medidas de prevenção, proteção e segurança. Este quadro da realidade gerou, ao longo dos anos, uma situação de empobrecimento, de grandes dificuldades, de violações de direitos destas populações”, afirma o Movimento em documento entregue ao governo federal por ocasião da Jornada.

A Fundação Renova, entidade responsável pela mobilização para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), se posicionou por meio de nota que pode ser lida logo abaixo:

“A Fundação Renova se mantém aberta ao diálogo e mobilizou a equipe de mediação para a escuta de representantes dos manifestantes. A instituição esclarece que possui à disposição dos atingidos e do Poder Público Canais de Relacionamento e equipe especializada de diálogo e Relações Institucionais nas regiões em que atua, mantendo rotina de contatos individuais e coletivos de acordo com o cronograma e avanço das ações de reparação.

E reforça que a reparação começou logo após o rompimento da barragem de Fundão. Até 31 de janeiro de 2024, foram destinados R$ 35,08 bilhões às ações de reparação e compensação. Desse valor, R$ 13,97 bilhões foram para o pagamento de indenizações e R$ 2,71 bilhões em Auxílios Financeiros Emergenciais, totalizando R$ 16,68 bilhões para 440,6 mil pessoas.

Até janeiro, foram solucionados 516 casos de restituição do direito à moradia com a entrega do imóvel ou o pagamento de indenização, de um total de 728 casas, comércios, sítios, lotes e bens coletivos. No Novo Bento Rodrigues, 108 imóveis foram entregues aos novos moradores. Em Paracatu, 46 imóveis foram entregues.”

4 Comments

  1. Gilmar Rodrigues de Oliveira 14/03/2024 em 17:16- Responder

    descaso com os atingido muta gente doente. e eles não toma uma atitude

  2. Arlindo geraldo crispim 15/03/2024 em 14:38- Responder

    A Fundação Renova e um câncer em nossa cidade uma empresa que veio pra enterrar o resto que sobrou destruir aquilo q ainda restava estava construindo uma família desde 2013 dps do rompimento não conseguimos viver como antes levando ao fim o meu relacionamento e sonho de levar pra localidade de Bento Rodrigues uma sorveteria que tínhamos em mariana vejo todos veículos de comunicação falar a renova fez isso fez aquilo mas oq a fundação câncer não fez ninguém fala porque vcs do jornal não procura conversar com os atingidos aí vcs vão ver que tudo que fundação câncer faz é as custas dos atingidos.e tem a cara de pau de falar que preza pelo diálogo mentira bando de fanfarrão faz oq quer é ninguém faz nada vcs não vê um vereador um prefeito ir contra essa desgraça de renova.

  3. Luiz Carlos 15/03/2024 em 22:30- Responder

    infelizmente muita gente se aproveita deste desastre para se dar bem as curas da vale e Samarco,em Mariana se percebe a falta de mão de obra que as mineradoras tem,tendo que importar trabalhadores de outros estados porque boa parte da população não quer trabalhar,apenas receber benefícios da vale e Samarco,sem contar o maldito distrito de Antônio pereira que é celeiro de ladrões que invadem as minas para roubarem cobre e outra ferramentas na calada da noite,afinal,pra que trabalhar se a vale e Samarco nos sustentam seje por benefício ou por roubo mesmo…enfim,ali ninguém quer suar a camisa pra ganhar a vida.

  4. Silvandira Ramos de Oliveira 17/03/2024 em 08:29- Responder

    Não há dúvida do descaso com os atingidos. É inadmissível que até o momento ninguém tenha sido preso e as indenizações pagas. Mas paralisar o trânsito, prejudicando centenas de pessoas, é tão injusto quanto.

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