O projeto “Arte nas Águas de Minas” entrega, nesta segunda-feira, 2/12, as obras realizadas na etapa de Contagem. Misturando arte urbana e conscientização ambiental, a iniciativa contou com a participação de três artistas mineiros na cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde foram pintados 539 m² de muro da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Copasa, localizado na Rua Retiro das Esmeraldas, 580, no bairro Retiro. Realizado pelo Ministério da Cultura e pela APPA - Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes, patrocinado pela Copasa e viabilizado pelo Governo Federal - União e Reconstrução, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet.
A solenidade de conclusão dos trabalhos acontece às 16h, no ETE, com a presença de servidores da Copasa, colaboradores da APPA e dos artistas participantes: a artista convidada pela curadoria, Juliana Gontijo, e os artistas Zi Reis, Rafael La Cruz, selecionados pelo edital de Contagem. Antes do encerramento, nesta sexta-feira, 29/11, os artistas locais ministram também uma oficina para alunos das escolas Ana Guedes Vieira, Walter Fausto do Amaral e Giovanini Chiodi, da rede municipal de ensino de Contagem.
A atividade será realizada na Estação da Juventude (Avenida João César de Oliveira, 174, no bairro JK), em dois horários: das 8h30 às 9h15, para estudantes do 6º e 7º ano; e das 10h15 às 11h30, para os alunos do 8º e 9º ano. Na ação formativa, os artistas selecionados pelo edital de Contagem para a pintura do muro da ETE, Zi Reis e Rafael La Cruz, apresentarão princípios básicos do graffiti e do muralismo, aproximando os jovens da arte.
Pinturas em Contagem
Convidada pela curadoria, Juliana Flores (Belo Horizonte), Juliana Gontijo produziu a pintura “AGUAPÉ”, que faz parte da série “Ervas Daninhas”, cujos trabalhos evocam nomes e imagem de plantas que, por vezes, são consideradas ervas daninhas, mas que contribuem para o equilíbrio e diversidade botânica com suas propriedades específicas. Para “Arte nas águas de Minas”, a artista apresenta o aguapé, planta aquática, endêmica das Américas, é malvista por criar extensas colônias em águas poluídas e que não possuem peixes predadores, o aguapé tem como propriedade a capacidade de absorver contaminantes das águas, incluindo metais pesados e só se torna daninha em ambientes onde há desequilíbrio ecológico.
Já a artista Zi Reis (Contagem) pintou o painel “Omi Ladê - A Senhora das águas da vida”, que faz saudação às forças de Oxum, Orixá que representa as águas doces, a fertilidade,a beleza, o amor e a potência criadora da vida. O trabalho nos convida ao mergulho na água que faz crescer as crianças e nas confluências de memórias e resistências ancestrais da rica herança cultural yorubana no nosso território.
Também de de Contagem, o artista Rafael La Cruz apresenta “AMAZI”, painel orquestrado pelo afeto, pela memória e pela ancestralidade. O mural é re-imagina um pedaço de Contagem com lavadeiras à beira-rio, “cada uma com seu axé”: as ancestrais Nzumba e Samba Kalunga compondo as águas e Hangolo trazendo as boas-novas de uma terra que prospera.
“Arte nas Águas de Minas”
“Arte nas Águas de Minas” é uma homenagem à água, elemento vital que deve ser preservado e valorizado. Até março de 2025, o projeto entregará 18 obras de arte urbana em unidades da Copasa de seis cidades do interior do Estado: Divinópolis, Contagem, Araxá, Pouso Alegre, Montes Claros e Coronel Fabriciano. Baseados em sua maioria na estética do muralismo e do grafite, os trabalhos terão a água como norte temático e serão assinados por seis artistas convidados de renome nacional e internacional. Serão seis artistas selecionados previamente pela curadoria do projeto, assinada por Juliana Flores (CURA, Festa da Luz), e por 12 artistas locais, sendo dois por cidade, escolhidos por editais publicados ao longo do percurso.
APPA - Cultura & Patrimônio
A APPA - Cultura & Patrimônio é uma associação cultural, sediada em Belo Horizonte, de fins não lucrativos, que tem como principal objetivo a promoção de iniciativas artísticas, culturais e patrimoniais que favoreçam o desenvolvimento socioeconômico. Em mais de 30 anos, a APPA já desenvolveu, gerenciou e executou, com sucesso, mais de 240 projetos, aprovados em diversos mecanismos de financiamento cultural, como leis de incentivo à cultura e fundos culturais, além do gerenciamento e execução de convênios, termos de parceria, contratos de gestão, termos de ajustamento de conduta, patrocínios não incentivados, entre outros.
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