ALMG debate impacto da mineração em comunidade de Barão de Cocais

Por JornalVozAtiva.com Publicado em 12/05/2025, 10:48 - Atualizado em 12/05/2025, 11:24

Foto – A atividade mineradora em Barão de Cocais causa grandes transtornos à população da comunidade do Castro. Crédito — Luiz Santana/Arquivo ALMG.

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promove, nesta segunda-feira (12), uma audiência pública para examinar as consequências sociais e ambientais da atividade mineradora na comunidade do Castro, situada em Barão de Cocais, na região Central do estado. O encontro, proposto pelo deputado Lucas Lasmar (Rede), terá início às 13h30, no Plenarinho II.

Aproximadamente 70 residentes da comunidade do Castro enfrentam diariamente problemas como intensa poeira, barulho constante de caminhões, poluição da água e escassez hídrica. A chamada “Via do Minério”, utilizada para o tráfego de veículos pesados das empresas de mineração, corta a comunidade, prejudicando a qualidade de vida dos moradores e representando um risco à saúde, especialmente de crianças e idosos.

De acordo com o deputado Lucas Lasmar, os impactos vão além da saúde, com relatos de casas trincadas e rachadas, além de uma infraestrutura precária na região. Moradores denunciam o aumento de doenças respiratórias e a restrição da liberdade das crianças, que não podem mais brincar nas ruas com segurança.

As mineradoras convidadas para a audiência atuam diretamente na área da comunidade. A GSM Mineração e a MR Mineração operam no local com empreendimentos do Centro de Distribuição Barão (CDB). A Vale S.A. detém a propriedade do terreno onde se localiza o CDB e onde permanecem vagões e trens utilizados na logística. As demais mineradoras também utilizam a Via do Minério para acessar suas instalações, gerando impactos diretos no cotidiano da população do Castro.

A Associação Comunitária do Castro, fundada em 9 de outubro de 2024, surgiu como um movimento de resistência e organização dos moradores locais. Suas principais reivindicações incluem reparos nas residências danificadas, a construção de um centro comunitário com quadra e área de lazer, saneamento básico, a instalação de um reservatório e a preservação da nascente, apoio psicológico aos moradores e maiores investimentos na comunidade por parte das mineradoras. A comunidade também pleiteia participação ativa em todas as decisões que envolvam as empresas que operam na região.

A audiência pública tem como objetivo dar voz aos moradores, expor os problemas enfrentados e demandar ações concretas do poder público e das empresas envolvidas. Foram convidados representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), da Câmara Municipal de Barão de Cocais, do Ministério Público, da Associação da Comunidade do Castro, além de representantes das empresas Vale S.A., MR Mineração, Jaguar Mining, CBD Logística, Flapa Mineração e GSM Mineração.