Ao completar 47 anos, Samarco reativa mais uma usina de pelotização em Ubu (ES)
Expansão inclui ainda a construção de uma nova planta de filtragem de rejeitos e a reativação de mais um concentrador no Complexo de Germano, em Mariana e Ouro Preto.
Às vésperas de completar 47 anos, no dia 24 de agosto, a Samarco passa a operar com duas Usinas de Pelotização no Complexo de Ubu, no Espírito Santo. A reativação da usina conhecida como P3 é mais um passo para a consolidação do plano de negócios da empresa para alcançar 60% da sua capacidade produtiva até o final do ano, operando de forma mais segura e sustentável.
A equipe de reportagem do Jornal Voz Ativa esteve nesta sexta-feira (23/8) no Complexo de Ubu, de onde realizou uma transmissão ao vivo por meio da fanpage no Facebook. Para assistir, clique aqui.
Para atingir os 60%, a Samarco está investindo R$ 1,6 bilhão. A expansão inclui ainda a construção de uma nova planta de filtragem de rejeitos e a reativação de mais um concentrador no Complexo de Germano, em Mariana e Ouro Preto. Quando estiver operando com essa capacidade, a produção será ampliada para cerca de 15 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro por ano.
A Samarco gerou cerca de 3.000 postos de trabalho no Espírito Santo e em Minas Gerais para essa ampliação da capacidade produtiva, com prioridade para a contratação de moradores das comunidades vizinhas e de grupos minorizados, como mulheres, pessoas com deficiência, negros (as) e LBGTI+. Do total são cerca de 600 empregos diretos.
A retomada da P3 estava prevista para março de 2025, mas foi antecipada para operar com o excedente de minério da Usina e Pelotização, conhecida como P4, otimizando processos de produção. Atualmente, a empresa opera com 30% da capacidade, o equivalente a cerca e 9 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro por ano. Desde a retomada, em dezembro de 2020, até julho deste ano, foram produzidas 30,7 milhões de toneladas. A previsão é atingir os 100% até 2028.
Neste momento, a P3 começa a operar gradativamente até atingir a sua capacidade total, que acontecerá quando o Concentrador 2, localizado no Complexo de Germano, em Minas Gerais, entrar em funcionamento até o final de 2024. Em paralelo, a Samarco segue com o aperfeiçoamento tecnológico do concentrador, medida que permitirá o aumento da produção, utilizando um sistema de filtragem e empilhamento a seco, sem disposição de rejeitos em barragens.
A usina de pelotização que está sendo reativada recebeu atualização tecnológica e manutenção dos equipamentos de instrumentação e automação, e está entre as mais modernas do mundo, a exemplo a P4, até então a única das quatro usinas da Samarco em operação desde a retomada gradual da produção em dezembro de 2020.
“Reativar mais uma usina, a P3, no mês no do nosso aniversário é simbólico. Esse retorno, antes do prazo previsto, representa o compromisso que temos com todos os nossos empregados e contratados e, sobretudo, o compromisso com a nossa função social nos territórios onde atuamos”, disse o presidente da Samarco, Rodrigo Vilela.
Rodrigo Vilela ressaltou que o índice de competitividade do Espírito Santo subiu de 1ª para 6ª no ranking nacional. Além do governador do estado, Renato Casagrande e do vice Ricardo Ferraço, ele saudou todos os representantes dos municípios que abrigam a operação minerária, membros do sindicato, representantes das empresas parceiras, funcionários da Samarco profissionais de imprensa e demais autoridades presentes. “Sinto muito prazer de representar a empresa e este momento com vocês que contribuíram para com essa história. É uma história repleta de desafios, conquistas, mas, sobretudo, de muito aprendizado e evolução. Cada passo foi marcado com muito empenho, resiliência e dedicação, tendo nossos valores e propósitos como guia”.
Ainda segundo o presidente, a Samarco assumiu um compromisso público de fazer uma mineração diferente, mais segura e sustentável, compartilhando valores com a sociedade. “Tenho profundo orgulho e gratidão por saber que esse compromisso foi abraçado por todos”. Ele relembrou o rompimento da Barragem de Fundão há 9 anos e disse que a tragédia jamais poderá ser esquecida.
“O dia 5 de novembro de 2015 jamais será esquecido por nós. Estaremos sempre pedindo desculpas. Temos consciência de que não podemos mudar o passado, mas é nossa responsabilidade garantir que eventos como esse jamais ocorra. Aqui reafirmamos nossa responsabilidade com a reparação integral dos danos que causamos”.
Ainda sobre a celebração dos 47 anos, Vilela explicou que a Samarco opera atualmente com apenas 30% de sua capacidade, mas se prepara para alcançar 60%. Isso, conforme o presidente, ocorrerá quando terminadas as obras em Minas Gerais. “Hoje, o que fazemos aqui representa um passo importantíssimo para dobrarmos a produção. Além da conclusão dessas obras, podemos atingir 15 milhões de toneladas de pelota. A ação, que reativaremos hoje, está parada por quase nove anos. Essa usina passou por processo de revitalização, de evolução tecnológica e a sua retomada se dá de forma eficiente e alinhada com as nossas diretrizes de segurança, descarbonização e controle ambiental. Por isso, mais que comemorar a retomada dessa usina, nós estamos aqui plantando a semente para o futuro”.
O diretor de Planejamento e Operações da Samarco, Sérgio Mileipe,, disse que a empresa, que comemora hoje mais um avanço, já está de pé novamente, caminhando a passos largos, porém, com passos calculados. Por meio de uma projeção, Mileipe apresentou o que chamou de novo conceito de mineração. “O que vocês estão vendo hoje é o nosso projeto de crescimento”. O diretor apresentou alguns números relacionados à retomada: já são 30 milhões de toneladas produzidas até o encontro de hoje, 15 mil empregos somando Espírito Santo e Minas Gerais, além disso, desde a retomada já foram investidos 4,5 bilhões em projetos. Tudo isso com 30% da capacidade.
Para o diretor, o retorno da P3 é um marco que a Samarco deseja compartilhar com toda a sociedade. “Voltar a operar de forma gradual, segura e consciente de onde queremos chegar é mostrar para todas as pessoas envolvidas que estamos convergindo esforços em prol do desenvolvimento dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais”, afirmou.
O vice-governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço, reforçou que o estado alcançou o maior desemprenho no quesito Indicador de Competitividade. Sendo considerado o 6º estado mais competitivo do país.”Na Região Sudeste, só perdemos para São Paulo”. De acordo com ele, a Samarco tem uma responsabilidade e um papel muito importante nesse desempenho. Ferraço destacou as dificuldades enfrentadas pela empresa a partir de 2005, assim como foi difícil para os mineiros, diretamente impactados [pelo rompimento da Barragem de Fundão].
“Mas também foi muito difícil para o Espírito Santo. A redução da atividade econômica da Samarco trouxe enormes reflexos econômicos e sociais ao estado. A Samarco representa entre 6 e 7% do Produto Interno Bruto (PIB), dependendo da variação cambial. O que vemos agora é a Samarco produzir 60% de sua capacidade, isso que é fruto de um projeto daqueles que acreditam na ciência, em evidências e na inovação, não apenas aqui, mas na conexão com Germano e Minas Gerais. Não há nos Estados Unidos, por exemplo, quem possa produzir pelotas que não conheça a capacidade industrial do Espírito Santo. É com muita alegria e entusiasmo que assistimos essa retomada”.
Por fim, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse ser uma alegria rever a empresa funcionando efetivamente e, também lembrando a tragédia em Mariana, afirmou que, apesar dos erros, que devem ser reparados, é inegável o fomento de empregos promovido pela Samarco. “Nós não podemos deixar de ter a atividade econômica, mas precisamos de reparação e segurança Com a retomada da Samarco, nós estamos de olho nos empregos e desenvolvimento do nosso estado. Temos certeza de que a empresa fará tudo o que for preciso em relação ao rompimento da barragem em Mariana”.
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