Procissão da Ressurreição e Missa fecham a Semana Santa em Ouro Preto-MG

Seguindo a tradição, ruas da cidade histórica, são enfeitadas com tapetes feitos de serragem, confeccionados por moradores e turistas, especialmente para a procissão da ressurreição de Jesus.

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Por João Paulo Silva Publicado em 17/04/2017, 15:32 - Atualizado em 17/04/2017, 19:37
Foto-Tradicional Procissão da Ressurreição em Ouro Preto-MG Crédito-João Paulo Silva Fechando a Semana Santa em Ouro Preto (MG), aconteceu no domingo de Páscoa, a tradicional Procissão da Ressurreição de Jesus.  De acordo com a Polícia Militar (PM), quase 12 mil fiéis participaram do ato solene, que acontece há mais de 300 anos. Logo nas primeiras horas da manhã, os tradicionais tapetes coloridos, confeccionados por moradores, turistas brasileiros e estrangeiros foram revelados nas ladeiras da cidade. Discursos religiosos e políticos se fundem num propósito de esperança e otimismo. Sinos badalam revelando a ressurreição de Jesus. Aos poucos, as pessoas vão saindo de suas casas e se concentrando no trajeto de 1 km: da Igreja de São Francisco de Assis à Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Pequenas crianças vestidas de anjo, cada uma com seu temperamento, trazem àquelas ruas a sensação de um sonho. Os panos roxos nas sacadas dos sobrados, que antes traziam sensação de tristeza, são substituídos por toalhas brancas rendadas, simbolizando a vitória sobre a paixão no calvário e a ressurreição. Todos esperam pelo momento em que as figuras bíblicas descem pelo percurso, acompanhadas de clérigos, fiéis e da banda Sociedade Musical Senhor Bom Jesus de Matozinhos. É o caso de Maria Aparecida Gonçalves, de 77 anos, nascida em Ouro Preto, mas criada e residente na cidade vizinha, Mariana. “Desde criança, acompanho a Procissão da Ressurreição. Quando eu virei mocinha, parei de vir por alguns anos, mas é uma data linda, cheia de magia e fé”, disse Maria Aparecida. Ainda de acordo com ela, nesse ano as celebrações da semana santa estão mais organizadas e bonitas. “Está tudo muito lindo e organizado, os tapetes estão muito bem feitos e devem ter dado muito trabalho. Os anjos são muito bonitinhos”. Dando trabalho, ou não, como se referiu Maria Aparecida aos tapetes, o fato é que cada centímetro dele foi construído pelos moradores, que todo ano recebem a ajuda dos turistas vindos de vários lugares do Brasil e do mundo, atraídos pela fama da tradição religiosa. O casal português Ana Miranda de Sá e Francisco de Sá são exemplos disso. Ana, de 42 anos e Francisco, de 46, já estiveram a Ouro Preto em 2007, mas não nas festividades da Páscoa. Esse ano, voltaram para conhecê-las. “Quando estivemos na cidade pela primeira vez, ficamos sabendo, através dos moradores, sobre os festejos da Semana Santa e ficamos encantados”, afirmou Ana. “Então esse ano nós nos programamos e viemos uma semana antes para prestigiar essa linda festa religiosa e popular, além de conhecer melhor a história de Ouro Preto”, completou Francisco. O casal ficou até as duas da manhã ajudando na confecção dos tapetes. Além do engajamento da sociedade ouro-pretana, com a ajuda dos turistas, que ajudaram  no sucesso dos atos solenes da Semana Santa na cidade, a prefeitura municipal também contribuiu com toda a estrutura do evento. Além de ter cedido serragens para a confecção dos tapetes e equipamentos de som e palco. Outro ponto que merece destaque: a eficiência da Guarda Municipal, que por meio da Secretaria de Defesa Social, espalhou cavaletes educativos pelas ruas. Devido a essa estratégia não houve nenhum carro estacionado no percurso das procissões. Durante os trajetos, os guardas vinham retirando os cavaletes gradativamente, evitando que desavisados estacionassem. Importante ressaltar também o trabalho da Fiscalização de Posturas do município, ligada à mesma secretaria. Fiscais trabalharam na questão dos comércios abertos à noite e deram instruções aos ambulantes. Antes das procissões, esses fiscais entravam nos estabelecimentos comerciais e pediam que as portas fossem fechadas em sinal de respeito e ordenavam o desligamento dos equipamentos de som. Além disso, eles orientavam os ambulantes, que porventura estivessem no trajeto do cortejo, que se retirassem. Conforme a procissão ia seguindo por entre as ruas, as imagens trabalhadas com dedicação nos tapetes se apagavam. No fim, restaram apenas serragens coloridas. Mas para alguns fiéis, como Domigos Pereira dos Santos, a fé diante do testemunho de Jesus jamais se apagará. “O fato de Jesus ter morrido por nós é o maior exemplo de amor jamais igualado. Esse amor dele por nós, faz a nossa presença no mundo ser diferente”, finalizou o fiel. Além da Procissão da Ressurreição, com Benção do Santíssimo e Missa na igreja de Nossa Senhora do Rosário, às 19h, na igreja de São Francisco de Assis, foram celebradas a Missa, Coroação de Nossa Senhora do Triunfo e canto do “Te Deum”, encerrando as celebrações.

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