O Atlético-MG terá um passo importante para chegar à final da Libertadores 2024 nesta terça-feira (22), diante do River Plate, na Arena MRV, às 21h30. Campeão da competição pelo clube mineiro em 2013, Gilberto Silva concedeu entrevista exclusiva ao Bolavip e falou sobre as chances do Galo na temporada, trabalho do técnico Gabriel Milito, jogadores de sua posição e até do novo estádio. De acordo com Gilberto, a intensidade e mentalidade dos jogadores fará total diferença.
“Sim, tem chances reais de título. O jogo contra o Fluminense (o segundo das quartas de final) foi o melhor do time em muito tempo. Está se habituando a jogar a competição. Se jogar dessa mesma forma, intensa, sem deixar o adversário pensar, tem grandes chances de vencer essa competição pela segunda vez. Precisa ter a compreensão que a oportunidade de brigar por um título como esse não acontece toda hora. Tem que ter mentalidade para não deixar passar. O meu pensamento em minha segunda passagem aqui foi de ganhar a Libertadores quando aceitei vir, e foi o que aconteceu”, ressalta.
Ele enxerga o Galo com alternativas de jogo, mesmo com a ausência de Bernard, que rompeu ligamento do joelho direito e será ausência até o fim da temporada.
“A ausência do Bernard atrapalha muito. É um jogador importante, mas o Milito tem encontrado boas soluções. O diferencial que um Deyverson pode entregar, por exemplo, vindo do banco e decidindo partidas. O Atlético tem tido cada vez mais soluções, não é só Hulk e Paulinho. As coisas estão convergindo de uma maneira positiva, isso é nítido. Às vezes sem jogar muito bem, algum detalhe tem decidido a favor. Esses aspectos chamam atenção, são muitas soluções que a equipe consegue encontrar dentro dos jogos”, indica.
Sobre os volantes do elenco, sua especialidade, o jogador que foi campeão do mundo com a Seleção atuando na posição faz sua avaliação.
“Otávio é um bom jogador, às vezes tem uma cobrança exagerada, quando teve mudança no comando técnico sentiu um pouco e passou a errar mais, porém é um processo natural.
O Fausto Vera ainda tem muito a entregar. Potencial ele tem, e agora está jogando em seu segundo clube de massa. Mas precisa entender qual o espírito do clube. O que esperam de você? Precisa ter esse entendimento e trabalhar. Entregar no dia a dia. Temos que ver o quanto ele está disposto no momento, mas tem qualidade. Espero que ele consiga ter esse crescimento individual da parte dele. O Atlético está bem equilibrado em todas as posições. O elenco é qualificado na defesa e no ataque”.
Trabalho de Milito
Gilberto defende o trabalho do argentino Gabriel Milito e aponta que o Atlético-MG ganhou alternativas na fase ofensiva do jogo.
“Acho que avaliar um treinador pode ser subjetivo, às vezes. As pessoas no Brasil colocam se um treinador é bom ou ruim apenas pelos resultados. É difícil alguém entrar no detalhe do trabalho. De certa forma, ele mudou um pouco a tradição de jogo do Atlético, que sempre foi muito brigador, de disputa. Hoje, o Atlético ganhou uma dinâmica de jogar com a bola no pé também, de ter repertório. Ainda assim, não perdeu esse espírito tradicional do clube”.
Arena MRV: Acústica é ponto secundário
O volante campeão do mundo com a Seleção Brasileira até reconhece o problema com a acústica na nova Arena MRV, mas diz que há muitos outros motivos para serem exaltados.
“As pessoas se preocupam com as coisas que são as menos importantes (sobre a acústica da Arena MRV). Quando eu cheguei ao Atlético, não tinha um CT bom para treinar. Hoje faz frente aos principais times do mundo. Tem um estádio próprio, sua casa. Então, uma questão de acústica, interfere muito pouco. Uma pena querer enxergar só um lado negativo. O estádio tem a cara do clube, e de qualquer forma o barulho vai chegar, pela forma que a torcida do Galo é. Poderia ser melhor? (a acústica) Sim, mas não é o mais importante no todo. Essa torcida faz uma diferença muito grande. É o 12° jogador. Quando você entra em campo e sente aquela torcida, é muito contagiante. Quem não se contagia tem um problema sério”, conclui.
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