“Atlético inicia a temporada 2022 sob desconfiança”, por Rodolfo Simões

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Por Rodolfo Simões Publicado em 20/01/2022, 14:25 - Atualizado em 20/01/2022, 14:25
Antônio Mohamed, El Turco. Joaquín Jimenez / Monterrey.
Antônio Mohamed, El Turco. Joaquín Jimenez / Monterrey. Siga no Google News

Na próxima quarta-feira (26), tem início a temporada do Atlético pelo enfadonho Campeonato Mineiro. A expectativa é de que o alvinegro utilize um time bastante jovem e mesclado nessas primeiras rodadas, afinal a pré-temporada começou na última segunda-feira (17). Contudo, a virada de ano foi bem movimentada e surpreendente. Particularmente não esperava as saídas do Junior Alonso e do Cuca.

Por isso, a temporada começa com um Q de desconfiança. Sim, desconfiança num elenco que ganhou tudo? Não, no elenco há poucos atletas dignos de questionamentos. As dúvidas pairam sobre as escolhas feitas pela diretoria na escolha. O que esperar do Turco Mohamed? Li vários artigos sobre o treinador e assisti alguns vídeos, ainda assim, cedo para tirar qualquer conclusão. O que posso adiantar é que as referências de modo geral são boas, particularmente não imagino que ele irá fazer uma grande ruptura na forma de jogar do Atlético embora possa apresentar algumas diferenças substâncias ao longo da temporada.

Ao mesmo tempo, vamos ver como a equipe vai portar diante das ideias que o professor pretende implementar. No entanto, a minha maior dúvida é: como ele pretende gerir este grupo ao longo do ano? Manter a maior parte do grupo jogando e satisfeitos com a sua minutagem em campo é um desafio e tanto. Apesar disso, a julgar pelas primeiras aparições é improvável que o Turco venha a ter problemas de relacionamento com o elenco, visto que, se mostrou um cara carismático. Ainda assim, existem outros aspectos a serem observados como, por exemplo, o nível de exigência física que o Turco impõe aos seus jogadores, no Brasil, temos um número de jogos muito mais elevado que no México e as condições climáticas sofrem variações bruscas.

Do mesmo modo, vejo com bastante desconfiança a troca de Jr. Alonso por Godin. Apesar da satisfação da torcida com a vinda de um grande nome optei por ser mais cético a tal situação e explico o motivo de tal posicionamento. Vejo nos dois defensores características muito diferentes. O paraguaio era peça primordial na saída de bola, um dos melhores defensores no que tange a construir o jogo, além disso, sempre foi um jogador rápido e já tinha encaixe com o seu companheiro Nathan Silva. Uma dupla de zaga não precisa ter necessariamente dois ótimos zagueiros, mas sim, duas peças que conseguem se conhecer através do olhar e antever as jogadas de perigo do adversário.

Créditos: Pedro Souza/ Atlético. Elenco se reapresenta na Cidade do Galo.

Quem acompanhou o Godin na Europa se acostumou a ver o camisa 3 protegendo a própria área e rebatendo as bolas cruzadas. Também é um consenso de que nunca foi um jogador rápido. Enfim, não me atrevo nem a dizer qual é a situação atual do Godin, seja ela técnica ou física. Reitero ainda que o encaixe do Godin com o Nathan Silva, ou com outro zagueiro que venha a compor a dupla de zaga, vai depender de um contexto minimamente favorável para que possam manter o alto nível apresentado na temporada passada. Vale lembrar que o Atlético durante muitos anos sofreu com a fragilidade do setor defensivo e demorou até conseguir alcançar uma estabilidade no setor com dois nomes de alto nível.

Em contrapartida, considero um grande acerto da diretoria o retorno dos dois jovens que estavam emprestados ao Juventude, no caso, Vítor Mendes e Guilherme Castilho. Ambos se destacaram pela equipe de Caxias e foram importantes na permanência do clube na série A do Brasileirão. Do mesmo modo, vejo Ademir e Fabio Gomes como boas apostas, embora não goste nem de pensar na possibilidade de que o jovem centroavante chegue como reposição do Diego Costa. Falando no atacante hispano-brasileiro, sempre fiquei com a sensação de que ele nunca quis estar no clube. Uma pena! Pois se trata de um dos grandes atacantes da última década no futebol europeu e por aqui sobra muito! Ao menos o Atlético conseguiu dar uma aliviada na folha salarial mesmo que seja por pouco tempo.

Por fim, reitero que prefiro aguardar algumas semanas e talvez até meses para confirmar ou refutar as minhas impressões sobre o treinador e o defensor uruguaio. Acredito também que existe a possibilidade do clube se movimentar um pouco mais em termos de chegadas e saídas. Ao mesmo tempo, o Turco vai conhecendo o elenco e se deparando com as adversidades do dia-a-dia do trabalho em terras brasileiras. Quer um exemplo? Nas duas primeiras rodadas do Mineiro já têm a bendita data FIFA. É isso, até a próxima Massa!

Saudações alvinegras!

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