A novela travessia chocou o público nos últimos dias com a personagem Karina, vivida pela atriz Danielle Olímpia, conversando com um pedófilo. O homem usou programas de inteligência artificial para mudar a voz e apresentar imagem de outra pessoa para Karina acreditar que, realmente, falava com a “famosa” Bruna Schuler (Giullia Buscacio).
As conversas ocorreram com frequência e criou-se um vínculo de intimidade com Karina, chegando até a ficar nua para a influencer. O caso pode parecer distante, mas, a verdade é que retrata, infelizmente, uma situação rotineira entre crianças e adolescentes, como aconteceu com uma menina de 12 anos, no Rio de Janeiro.
Um levantamento do Fundo das Nações Unidas para a infância e a adolescência apontou que 85% das crianças e adolescentes brasileiros usam a internet. A situação requer que os pais estejam atentos ao que os filhos fazem na internet.
Há dois anos, a garota carioca conversava com um homem do Maranhão. Posteriormente, ela desapareceu e foi encontrada, presa numa quitinete no subúrbio de São Luís, oito dias depois. Durante muitos contatos pelas redes sociais, ela foi aliciada pelo suposto sequestrador Eduardo da Silva Noronha, 25 anos, que tramou a viagem.
Além do drama vivido por Karina , a novela travessia ainda retrata o perigo do vício em jogos on-line. O casal Laís (Indira Nascimento) e Monteiro (Aílton Graça) são pais do adolescente Theo, interpretado pelo ator Ricardo Silva, extremamente dependente e viciado em jogos digitais. É lamentável, mas centenas de pais brasileiros estão se identificando com esses personagens, pois vivem a mesma situação diariamente.
Uma pesquisa da Consulta Brasil entrevistou cerca de 6 mil pessoas, entre 9 e 17 anos, em todas as regiões brasileiras, apontando resultados impressionantes e assustadores. A análise registrou que 86% deles revelaram usar a internet diariamente e 80% da faixa etária, até 12 anos, informaram acessar uma vez por dia, no mínimo.
Uma pesquisa da TIC Kids Online Brasil 2019, registrou que 15% das crianças e adolescentes, de 9 a 17 anos, viram imagens ou vídeos de conteúdo sexual na internet; 18% de 11 a 17 anos receberam mensagens de conteúdo sexual e, 11% dessa faixa etária contaram que já receberam pedidos digitais de foto ou vídeo pelados.
Os dados em relação ao tempo em que crianças e adolescentes ficam na internet são preocupantes e o tipo de conteúdo também. Os pais ou responsáveis devem acompanhar o comportamento dos filhos e conversar sempre para evitar a dependência da tecnologia, como o personagem Theo e, não cair em conversa de pedófilos.
A internet apresenta benefícios, como praticidade e facilidade, contudo, por outro lado, também tem um lado obscuro e cabe às famílias estabelecer limites para os menores terem horários e restrições no uso de aparelhos eletrônicos. O alerta fica para quem não costuma dialogar com os filhos.
Os pais devem manter uma relação amigável em família, porém, mantendo o respeito e o senso de autoridade. Conversar com os filhos é importante, pois, só assim, poderão criar confiança e se sentirem confortáveis para contar sobre o cotidiano, permitindo que os responsáveis possam remediar e evitar situações de risco ou violência.
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