Pai de um filho autista, Robert de Niro leva sua experiência pessoal para filme; veja trailer

Ator veterano ajudou o diretor Tony Goldwyn a afinar a emocionante história familiar “Meu Filho, Nosso Sonho” que chega às salas de cinema em 15 de agosto.

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 09/08/2024, 15:04 - Atualizado em 09/08/2024, 15:07
Foto — Cena do filme “Meu Filho, Nosso Mundo”. Crédito — Reprodução / Divulgação. Siga no Google News

A Diamond Films lança em 15 de agosto MEU FILHO, NOSSO MUNDO (Ezra), a emocionante história do comediante em crise Max Bernal (Bobby Cannavale), que impulsivamente decide levar seu filho Ezra (William A. Fitzgerald), uma criança diagnosticada com autismo, para uma viagem de carro. Mas, além do retrato honesto dessa relação entre pai e filho, o longa do diretor Tony Goldwyn traz Robert De Niro roubando a cena como o avô de Ezra, Stan, e mais: contribuindo inclusive no roteiro.

Como pai de um jovem diagnosticado com autismo na vida real, De Niro trouxe um pouco da sua sensibilidade pessoal para o projeto e ajudou a afinar o tom de MEU FILHO, NOSSO MUNDO, equilibrando a comédia por vezes ácida com a realidade crua da situação em que se encontra a família protagonista. “Bob falou muito sobre como o público tinha que saber que estava ouvindo a verdade e que o humor não poderia interferir nisso”, explicou o roteirista Tony Spiridakis. 

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MEU FILHO, NOSSO MUNDO - Trailer Oficial Legendado

A contribuição do ator foi muito valiosa, segundo o diretor. “Através dos insights do Bob, o Tony criou um relacionamento bem mais profundo entre os três homens, porque não importa o quanto eles se amem, a comunicação emocional é difícil para eles”, disse Goldwyn. 

Já na frente das câmeras, De Niro levou para a superfície do personagem os arrependimentos de um pai que desejava se tornar uma pessoa melhor. “Bob construiu Stan tão completamente na sua performance que você o sente com pouquíssima exposição. Você apenas sente a lacuna que precisa ser curada entre ele e Max”, completou o roteirista.

Entretanto, De Niro não é o único que tem uma relação pessoal com a dinâmica familiar retratada em MEU FILHO, NOSSO MUNDO. Na realidade, o próprio Spiridakis e o produtor William Horberg também são pais de pessoas com transtorno do espectro autista, e cada um trouxe um pouco da sua própria experiência para o projeto. Por exemplo, o senso de humor do longa está intimamente ligado à família de Spiridakis. "A nossa salvação como família sempre foi a comédia”, explicou. “Sempre foi meu estilo dar risada quando estou com medo, então trouxe essa qualidade para o Max. E meu filho também tem seu jeito perspicaz de olhar para o mundo."

O resultado dessa convergência de sensibilidades foi um filme emocionante, sobre e para todas as famílias. “Como pai de um rapaz de 18 anos com autismo, a história me nocauteou. Foi tão honesta e real… Eu pude sentir que foi escrita por alguém que viveu essa experiência”, afirmou Horberg.

Além do quarteto principal composto por William A. Fitzgerald, Bobby Cannavale, Rose Byrne e Robert De Niro, MEU FILHO, NOSSO MUNDO também conta com os atores Rainn Wilson, Whoopi Goldberg e Vera Farmiga. O título entra em cartaz nacionalmente em 15 de agosto com distribuição da Diamond Films.

Sinopse

MEU FILHO, NOSSO MUNDO acompanha o comediante Max Bernal (Bobby Cannavale) que, com casamento e carreira falidos, está morando com seu pai Stan (Robert De Niro). Ele não concorda com Jenna (Rose Byrne) sobre a melhor maneira de cuidar do filho deles, Ezra, de 11 anos e diagnosticado com autismo. Cansado e decidido a mudar o jogo, Max parte com Ezra em uma viagem de carro para encontrar um lugar onde possam ser felizes.

Foto — Cena do filme “Meu Filho, Nosso Mundo”. Crédito — Reprodução / Divulgação.

Autismo

Segundo a Universidade de São Paulo (USP), O autismo é uma síndrome que afeta vários aspectos da comunicação, além de influenciar também no comportamento do indivíduo. Segundo dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas. São mais de 300 mil ocorrências só no Estado de São Paulo. Contudo, apesar de numerosos, os milhões de brasileiros autistas ainda sofrem para encontrar tratamento adequado.

Apesar de o autismo ter um número relativamente grande de incidência, foi apenas em 1993 que a síndrome foi adicionada à Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde. A demora na inclusão do autismo neste ranking é reflexo do pouco que se sabe sobre a questão. Ainda nos dias de hoje, o diagnóstico é impreciso, e nem mesmo um exame genético é capaz de afirmar com precisão a incidência da síndrome.

“Existe uma busca, no mundo todo, para entender quais são as causas genéticas do autismo”, explica a Professora Maria Rita dos Santos e Passos Bueno, coordenadora do núcleo voltado a autismo do Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco do Instituto de Biociências (IB) da USP. “Hoje a eficiência do teste ainda é muito baixa”, afirma ela.

Dessa forma, como ainda não se pode afirmar geneticamente as causas do autismo, usa-se o diagnóstico baseado em observação do paciente (que geralmente apresenta sintomas como dificuldade de comunicação, além de comportamento repetitivo). Contudo, a detecção dos sintomas também não é fácil. “Às vezes é sútil você conseguir fazer essas classificações”, argumenta a professora do IB, “as crianças têm dificuldade de linguagem, de interação social, mas isso é uma variação de comportamento, e é difícil perceber o que é normal e o que não é.”

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