O amor venceu em números recordes no Brasil em 2023. Segundo dados inéditos divulgados nesta sexta-feira (16/05/2025) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os casamentos entre pessoas do mesmo sexo atingiram o maior patamar da história desde que a união civil homoafetiva foi reconhecida no país.
O levantamento “Estatísticas do Registro Civil 2023” revela que 11,2 mil matrimônios foram oficializados entre casais LGBT+ no ano passado, um aumento de 1,6% em relação a 2022. Esse crescimento demonstra uma consolidação do direito ao casamento igualitário e reflete uma maior visibilidade e aceitação das diversas formas de união familiar na sociedade brasileira.
Um dado interessante apontado pela pesquisa é a predominância de casamentos entre mulheres. Em 2023, 62,7% dos matrimônios homoafetivos foram protagonizados por casais femininos, um aumento de 5,9% em relação ao ano anterior. Em contrapartida, os casamentos entre homens registraram uma leve queda de 4,9% no mesmo período.
Apesar do recorde nas uniões LGBT+, o levantamento do IBGE aponta uma tendência de queda no número total de casamentos no Brasil, que recuou 3% em 2023, totalizando 940,8 mil registros. Esse cenário sugere que, enquanto as formalizações entre casais de mesmo sexo seguem em ascensão, impulsionadas pela busca por direitos e reconhecimento, o casamento tradicional entre pessoas de sexos diferentes tem apresentado uma desaceleração.
Desde 2013, ano em que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) obrigou os cartórios a realizarem casamentos entre pessoas do mesmo sexo, o número dessas uniões praticamente triplicou no Brasil, saindo de 3,7 mil registros para os atuais 11,2 mil. Esse crescimento constante ao longo da última década evidencia uma importante conquista para a comunidade LGBT+ brasileira.
A pesquisa do IBGE também traça um perfil dos casais homoafetivos, indicando que eles tendem a se unir em idades mais avançadas em comparação com os casais heterossexuais. Em média, as mulheres que se casaram com outras mulheres em 2023 tinham 32,7 anos, enquanto os homens que se uniram a outros homens possuíam 34,7 anos.
Para Klívia Brayner, pesquisadora do IBGE, a queda geral nos casamentos pode estar relacionada a mudanças culturais e novas formas de viver os afetos. “Não há mais uma pressão social pelo casamento civil. Hoje há mais liberdade para decidir como viver uma relação”, explica.
O recorde de casamentos LGBT+ em 2023 representa um marco importante na luta por igualdade de direitos no Brasil e demonstra uma evolução social rumo ao reconhecimento e à valorização de todas as formas de amor e família. Apesar dos desafios que a comunidade LGBT+ ainda enfrenta, os dados do IBGE celebram um passo significativo em direção a uma sociedade mais inclusiva e diversa.
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