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“A palavra de 2019 foi inclusão”, relembra a arquiteta e urbanista Mônica Flores

A arquiteta e urbanista ouro-pretana Mônica Flores foi considerada recentemente pelo jornalista e atleta de Petra, que escreve com os pés, uma das vozes mais atuantes pela acessibilidade nas cidades históricas mineiras.

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Por João Paulo Silva Publicado em 14/02/2020, 18:58 - Atualizado em 17/02/2020, 12:44
Foto- Arquiteta e Urbanista, Mônica homenageia o Comitê Paralimpico Brasileiro pelos seus vinte e cinco anos de criação. Crédito-Divulgação. Siga no Google News

O ano de 2019 foi o marco em diversas ações em prol das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, pela arquitetura acessível e a acessibilidade atitudinal, bem como sua inclusão e garantia de direitos na sociedade. O fato é muito positivo e evidencia que a palavra de 2019 foi INCLUSÃO, ora através de frentes de trabalho, ações coletivas, as do movimento das pessoas com deficiência, o engajamento das associações e demais projetos, o tema se espraiou por todo o território nacional, e principalmente nas cidades históricas mineiras.

A cidade história de Ouro Preto foi representada pela arquiteta e urbanista, Mônica Flores, que devolveu à sua cidade natal a contribuição em prol da causa, apresentando no Centro de Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto as aplicações da arquitetura inclusiva, herdada na sua passagem pela cidade de Niterói, que congregou cerca de aproximadamente treze cidades históricas mineiras. O painel ainda contou com a presença de outros profissionais e inclusive o atleta paralimpico de rúgbi em cadeiras de rodas, Leandro da Matta, que apesar de ser natural de Mariana, reside em Cachoeira do Campo e representa o seguimento a nível nacional e internacional. O sucesso culminou num segundo painel de acessibilidade na cidade de Tiradentes e a arquiteta não parou por aí.  

A arquiteta e urbanista, devido a aceitação do tema recentemente criou o movimento Rede Acessível que tem por finalidade promover a integração entre pessoas engajadas no movimento mostrando a sua importância na arquitetura para a formação de uma cidade mais inclusiva. O conceito da rede é o próprio princípio da criação de uma rede, onde os fios são entrelaçados através de nós e que juntos formam um elemento firme, capaz de suportar grandes cargas. O movimento originou a frase: “A REDE somos todos nós “, fazendo uma alusão à relação entre nós, indivíduos e os nós da rede.

Foto-Divulgação. Crédito-Mônica Flores.

A partir do movimento muitas pessoas com deficiência e mobilidade reduzida passaram a receber informações através de um grupo do WhatsApp, sobre as novidades acerca da acessibilidade, além de fazerem conexões entre os seus pares. A partir de uma ação da arquiteta e urbanista em meados de novembro, ao assistir uma família na cidade que necessitava de um projeto arquitetônico acessível, bem como a sua aprovação na Secretaria de Patrimônio, ela recebeu um convite muito interessante para fomentar a inclusão nas cidades. O convite para o apoio partiu de um amigo, da cidade de Niterói que cursou na mesma faculdade arquitetura.

O Técnico em Edificações e estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo, o niteroiense Pedro Tavares contatou a arquiteta e urbanista, Mônica para propor apoio nos seus projetos e juntos eles criaram o Crowdfunding INCLUSIVO, voltado para a ação coletiva para implementar projetos e soluções arquitetônicas factíveis, compatíveis e em consonância com as cidades históricas mineiras. Em fevereiro, eles lançarão o primeiro trabalho, mostrando a importância real da arquitetura e das ações coletivas, como forma de transformação da qualidade de vida das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, sobretudo nas cidades históricas.

O CROWDNFUNDING INCLUSIVO, criado pela arquiteta e urbanista e o estudante de arquitetura tornará possíveis a princípio pequenas obras, intervenções, vistorias de acessibilidade, e demais serviços de arquitetura em fase de definição pelos autores. A função do Crowdfunding é oportunizar que as obras de adequação, reforma de acessibilidade que muita das vezes não ocorrem por falta de orientação técnica adequada, projetos coerentes com as normas ou de verbas por parte do proprietário se tornem mais próximas do cliente.

A primeira ação Crowdfunding INCLUSIVO oportunizará a adequação, aprovação, regularização de um imóvel sito na cidade de Ouro Preto, onde será aprovada a primeira residência dentro do perímetro tombado pelo patrimônio e será acessível. Nela residirá um adolescente vítima da síndrome de guillaim barré e que sofre com as questões de acessibilidade à atual casa da família. Devido a vulnerabilidade social da família e por não possuir condições necessárias para custear o projeto, a proposta do Crowdfunding inclusivo é assisti-los através do financiamento coletivo.

Foto-Divulgação. Crédito-Mônica Flores.

O termo ainda é novo, mas possui semelhanças às vaquinhas online, porém esse em específico ficará voltado para a implementação da acessibilidade e de apoio às soluções modernas sem impacto ao patrimônio, sobretudo para àquelas intervenções factíveis nas cidades históricas mineiras, através de parcerias externas e financiamento coletivo.

A expectativa é que desta maneira consigamos atingir famílias que precisam dos serviços de arquitetura e não podem comprometer sua renda, devido às suas necessidades básicas serem supridas, além de despertar outras pessoas a se juntar voluntariamente à causa. Agradecemos o apoio do Jornal Voz Ativa que oportunizou o espaço para que nossas ações fossem vistas e que outras fossem explanadas. Portanto, a partir desta data o grupo Rede acessível se torna o primeiro Crowdfunding INCLUSIVO das cidades históricas mineiras.

Cartunista capixaba e criador do movimento das pessoas com deficiência apoia o rede acessível.

Cartun de Ricardo Ferraz para o Rede Acessível, janeiro de 2020.

O cartunista capixaba, Ricardo Ferraz, com um cartun criativo demonstrou o apoio à nossa bandeira pela acessibilidade nas cidades históricas mineiras e principalmente no que tange à nosso patrimônio histórico e artístico. Segundo ele, as cidades históricas do Brasil ainda são grandes obstáculos para as pessoas com Deficiência, devido o traçado arquitetônico e urbanístico da época e o argumento para não descaracterizar o patrimônio tombado. Ele, reitera que o movimento respeita as convicções dos defensores do patrimônio, mas não podemos negar ao cidadão o direito à cultura, que é um crime! Por fim, ele ilustra o cartun com a seguinte pergunta: “O que diria  o maior artista barroco Antônio Francisco Lisboa? Não conhece? E o "Aleijadinho"?

A arquiteta e urbanista, foi considerada recentemente pelo jornalista e atleta de Petra, que escreve com os pés, uma das vozes mais atuantes pela acessibilidade nas cidades históricas mineiras e principalmente no que tange à garantia da cidadania desse público, criando estruturas sociais que insira e assista essas pessoas, Fábio divulgou a entrevista para o blog Eficiente em Foco, em dezembro do ano passado. Além do blog, o atleta realiza diversas palestras sobre a pauta em todo o país.

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