Barra Longa-MG aponta omissão da Samarco com atingidos

Visita da Comissão Extraordinária das Barragens à cidade colheu depoimentos de pessoas afetadas por desastre.

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Por Tino Ansaloni Publicado em 16/12/2015, 14:14 - Atualizado em 16/12/2015, 14:14
Representantes de moradores atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco, no início de novembro, afirmaram aos deputados da Comissão Extraordinária das Barragens da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que a empresa não tem dado as respostas aos problemas trazidos pela lama de rejeitos que afetaram o município de Barra Longa (Zona da Mata). Os depoimentos foram dados em visita realizada nesta terça-feira (15/12/15) à cidade, a requerimento do presidente da comissão, deputado Agostinho Patrus Filho (PV). Os parlamentares conheceram diversos pontos da cidade, em especial as margens do rio do Carmo, que foi diretamente atingida pela lama. Diante deste cenário, autoridades municipais e representantes dos moradores descreveram as consequências do acidente, que destruiu casas, comércios e provocou um desastre ambiental sem precedentes. Os atingidos solicitaram que medidas urgentes sejam tomadas pela empresa e pelos governos estadual e federal. Segundo o comerciante Antônio Luiz Gonçalves, os moradores fazem cobranças à Samarco, mas não estariam sendo atendidos. “As respostas ficam sempre para depois. Estão nos pagando apenas um salário mínimo como indenização, o que não atende em praticamente nada às nossas necessidades”, disse. Aos deputados, ele relatou que teve seu restaurante e pousada destruídos e que o sentimento é de insegurança e incerteza. O produtor rural Sidnei de Magalhães Gomes afirmou que perdeu toda a sua pastagem, num total de seis hectares, e, com isso, a produção de leite que garantia seu sustento. “Não temos nenhuma resposta das autoridades. Estamos sem saber o que fazer”, lamentou. Deputados se comprometeram a cobrar responsabilidades O relator da Comissão Extraordinária das Barragens, deputado Rogério Correia (PT), disse que a visita teve o objetivo de trazer a solidariedade da ALMG para os moradores. Ele explicou, também, que o relatório da comissão pretende apurar as causas e apontar as responsabilidades sobre o acidente. “Não há dúvida que a principal responsabilidade é da Vale, da BHP e da Samarco. Queremos ajudar a minimizar a situação”, afirmou. Destacou, ainda, que já existem ações de cobrança por parte do Ministério Público e dos governos estadual e federal, mas que não tem tido um retorno satisfatório e no tempo necessário. Para ele, a empresa tem sido lenta nas respostas e na prevenção de novos acidentes. “Temos que pensar em uma legislação mais rigorosa com a liberação de licenças ambientais e, para tanto, apresentaremos novos projetos de lei neste sentido”, completou. A deputada Ione Pinheiro (DEM) disse que tem buscado recursos, mas acredita que os governos federal e estadual precisam cumprir seu papel de cuidar dos impactos sociais e econômicos da população. Reforçou, entretanto, que o principal responsável pelo acidente é a Samarco. “Sou solidária com a dor dos moradores. Defendo que o Estado apresente um plano de ação para as cidades atingidas. Mais que isso, cobrarei as devidas responsabilidades”, garantiu. Ao final, os parlamentares sugeriram aos moradores que participem da reunião que vai ouvir os representantes da Samarco, no dia 21 de dezembro, na ALMG. Fonte-Gerência de Imprensa e Divulgação Assembleia de Minas

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