Rainha Congo de Ouro Preto-MG será homenageada do “X Prêmio Zumbi de Cultura”

Deolinda Alice dos Santos vem lutando há anos pela memória religiosa e patrimônio cultural de Minas Gerais.

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Por João Paulo Silva Publicado em 14/11/2019, 14:14 - Atualizado em 14/11/2019, 14:33
“O reconhecimento de anos e anos de luta”, disse Deolinda em entrevista ao Jornal Voz Ativa. Crédito-Divulgação/X Prêmio Zumbi de Cultura. Siga no Google News

A ouro-pretana Deolinda Alice dos Santos será uma das grandes homenageadas do X Prêmio Zumbi de Cultura. Em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, às 19h, no Grande Teatro do Sesc Palladium, em Belo Horizonte (MG), ela receberá o prêmio na categoria religiosidade. A premiação é realizada pela Cia Baobá, com objetivo de valorizar e estimular as diversas manifestações artísticas da Cultura Negra na capital mineira.

A Rainha Conga e sua luta

Rainha Conga de Ouro Preto, professora de folclore e cultura popular em Belo Horizonte e na Cidade Patrimônio da Humanidade, Deolinda Alice dos Santos lecionou em faculdades e escolas de BH, Formiga, Ouro Preto e outras. Deolinda que também foi coroada Rainha Conga da Guarda de Moçambique de Piedade do Paraopeba, distrito de Brumadinho, luta há anos pela preservação da religiosidade popular de origem afrodescendente por meio de palestras e intervenções culturais.

A equipe de redação do Jornal Voz Ativa conversou, na tarde desta quinta-feira (14/11), com Deolinda que falou do prêmio e cobrou mais investimento do poder público ao patrimônio imaterial da comunidade. A Rainha Congo ressaltou também a sua luta por meio de palestras em várias cidades de Minas Gerais com a intenção de não deixar morrer o processo histórico cultural e a identidade das guardas de congado.

“Estamos vivendo uma sociedade complexa. Infelizmente, o poder público não consegue entender a importância desses grupos de religiosidade popular. Então, eu fiquei muito sensibilizada com a indicação. É o reconhecimento de anos e anos de luta. A nova geração não pode perder a sua memória histórico cultural, a união entre as pessoas e o respeito à religiosidade, o que é bem diferente de religião”.

Indicações

De acordo com a organização do evento, as indicações de nomes são feitas por grupos culturais e entidades ligadas ao movimento artístico e político negro, por meio da equipe de articulação do projeto.

Os indicados têm o nome e o histórico avaliados pela comissão julgadora do Prêmio, formada por representantes da sociedade civil, classe artística, poder público, articuladores do Prêmio e a idealizadora do projeto, Júnia Bertolino, diretora e coreógrafa da Companhia Baobá Minas.

Os eleitos são convidados a participarem do evento em que são homenageados e recebem o Prêmio Zumbi de Cultura, materializado em forma de uma linda e imponente escultura de bronze criada pelo artista plástico Jorge dos Anjos.

Homenageados

Dentre os homenageados do X Prêmio Zumbi de Cultura também estão: Grupo Iúna de Capoeira Angola (menção honrosa especial), representado pelo Mestre Primo; a engenheira florestal Ângela Gomes (personalidade negra); o poeta, artista visual, músico e arte-educador Babilak Bah (categoria música); o Projeto Orientação Afirmativa da UFMG (categoria educação); o Bloco Afro Angola Janga (manifestação cultural); Gabriel Ricardo Moura (categoria protagonismo juvenil; Vera Lúcia de Jesus (categoria dança); Zora Santos (categoria teatro) e a matriarca quilombola Venância Gonçalves (menção honrosa).

Foto-Arte reprodução. Crédito-X Prêmio Zumbi de Cultura.

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