Festa do Reinado ressoa por todo o Estado e atrai quase 40 guardas a Ouro Preto-MG

“Pra gente é ver a África viva dentro de Ouro Preto”, Mauricio Tizumba

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Por João Paulo Silva Publicado em 17/01/2019, 15:21 - Atualizado em 03/07/2019, 20:55
Foto-“A Fé Que Canta e Dança”. Crédito-Ane Souz/PMOP. Siga no Google News

Foto-“A Fé Que Canta e Dança”, como é intitulado o festejo, começou no dia 6 de janeiro, quando houve o levantamento dos mastros em honra a Nossa Senhora do Rosário, Santo Efigênia e São Benedito.
Crédito-Ane Souz/PMOP

A Fé Que Canta e Dança. Há dez anos, um grupo de ouro-pretanos decidiu juntar forças para reviver uma cultura que estava se perdendo com o tempo na cidade: a Festa do Reinado. “Nós queríamos fortalecer a cultura negra aqui em Ouro Preto, manter viva essa cultura Congadeira de fé, resistência e resiliência. Então, nós unimos algumas entidades, como Firop, Comissão Ouropretana de Folclore, as associações de bairros, criamos a Associação Amigos do Reinado – AMIREI – e iniciamos nossa caminhada”. O longo caminho percorrido ao longo da última década por Kedison Geraldo Ferreira Guimarães ao lado da irmã Kátia Silvério (presidente da AMIREI), dois dos protagonistas dessa história, conseguiu alcançar o objetivo inicial e transformou o festejo em um símbolo das lutas do movimento negro em Minas Gerais.

“Hoje, é uma gratidão imensa ver que nosso esforço está sendo reconhecido. A Fé e Cultura dos nossos ancestrais negros escravizados, estamos conseguindo manter viva em cada canto que ecoa e em cada batida de tambor, e com muito êxito”, celebra Kedison, Capitão da Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia.

Nesta comemoração dos 10 anos de revitalização, “A Fé Que Canta e Dança”, como é intitulado o festejo, começou no dia 6 de janeiro, quando houve o levantamento dos mastros em honra a Nossa Senhora do Rosário, Santo Efigênia e São Benedito, e atingiu seu apogeu no domingo, dia 13, com a presença de 38 guardas de todos os cantos do Estado protagonizando um cortejo pelas ladeiras do Centro Histórico da Cidade Patrimônio Mundial. Em um dia inteiro dedicado à fé, do nascer ao por do sol os congadeiros dançaram, entoaram cantos, ressoaram tambores, receberam bênçãos e participaram da missa conga. No fim, todos se reuniram para o descendimento das bandeiras e encerramento das festividades.

Muito além das comemorações de domingo, durante os oito dias de comemoração “A Fé Que Canta e Dança” promoveu gratuitamente para a população palestras sobre história, ciência e o papel da mulher na sociedade.

“A gente acredita que cada vez mais o povo negro dessa nossa Minas Gerais, esse povo negro resistente, tem tudo para continuar construindo esse país, continuar dando força através da nossa manifestação afro-mineira que é a festa do Reinado e que a gente tem lá nas descendências de Chico Rei”, ressaltou o instrumentista e cantor Mauricio Tizumba, que participou das comemorações.

“A fé que Canta e Dança nos conecta ao Sagrado aumentando nossa Fé em Nossa Senhora do Rosário, Santa Efigênia e São Benedito fazendo com que a memória do nosso povo permaneça viva por séculos e séculos”, encerra Kedison Ferreira.

Assessoria de Comunicação/Prefeitura Municipal de Ouro Preto

Foto-"A Fé Que Canta e Dança". Crédito-Ane Souz/PMOP.

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