Como acontece em todos os carnavais, além de belas idéias para a ornamentação da cidade como, por exemplo, os papéis coloridos nas vidraças coloniais, implantada nesse ano e os bonecos nas sacadas, do carnaval de 2010, o empresário Flavio Niquini, um apaixonado por Ouro Preto, mostra que tem no seu coração, também, o evidente e efervescente amor pela arte da criação com as próprias mãos. Todas as idéias do empresário contam com a participação efetiva de parcela da sociedade, organizada por ele e por amigos, num mutirão, para que tudo aconteça da melhor forma. Os blocos criados por Flavinho sempre chamam a atenção dos foliões pelas ruas da cidade por sua exclusividade e criatividade. No carnaval 2012, além do tradicional Bloco Candonguêro arrastando os foliões pelas ladeiras, usando uma legítima carruagem em madeira, que tradicionalmente transporta várias figuras emblemáticas da cidade durante partes do trajeto, numa merecida homenagem a esses guerreiros ouro-pretanos, foi para as ruas, também, o criativo “Liga Pra Rádio”, uma interessante e gostosa maneira de curtir o carnaval, numa sutil sátira ao costume da população ouro-pretana de ligar para as rádios locais, no intuito de resolver problemas do cotidiano da cidade. No sábado de carnaval em meio a muito bate-papo e descontração, os foliões vão chegando e entrando no clima, com a escolha da fantasias e apetrechos, todos fornecidos por Flavinho e família, com a recomendação da devolução ao final do desfile, para que nos próximos carnavais possam ser utilizadas por outras pessoas. O folião também pode participar usando sua própria fantasia. Cerca de 80 fantasias exclusivas, elaboradas ou escolhidas por Flávio Niquini, família e amigos estavam nas ruas no “Liga pra Rádio”. Flávio esclarece que não há nenhum teor político partidário nisso tudo. Os eventos são abertos para qualquer pessoa, portanto, que venham brincar como amigos, afirma ele, que diz também ser essencial que no Bloco, as crianças tenham participação especial. Não só no carnaval, mas, também na Semana Santa, Flávio introduz a idéia da participação direta da sociedade. Ele lembra quando há alguns anos, as pessoas se preparavam, durante boa parte do ano para enfeitar as ruas, guardando papéis para serem picados, borra de café, cipreste picado, serragem em várias texturas etc. Aos poucos a comunidade perdeu a essência da criação dos tapetes com seus próprios materiais, o que proporcionava o envolvimento da sociedade com o enriquecimento artístico da obra. “Todas as festividades nas quais pudermos envolver pelo menos parte da sociedade, assim faremos. Isso é importante para nosso crescimento, para o crescimento da cidadania na mente das pessoas”, encerra Flávio. Os ouro-pretanos podem aguardar mais criatividade de Flávio Niquini e família para o os próximos carnavais. Vamos aguardar o que vai pintar nas folias.
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