Bandalheira Folclórica Ouro-Pretana homenageia “Banda de Baixo” em Cachoeira do Campo

A Sociedade Musical União Social acaba de completar 155 anos de fundação e sob o comando de Silvino da Costa Pimenta, presidente da agremiação, segue cumprindo importante trabalho social no distrito de Ouro Preto.

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Por João Paulo Silva Publicado em 10/09/2019, 13:37 - Atualizado em 10/09/2019, 15:04
Foto-Aniversário dos 155 anos de fundação da Sociedade Musical União Social de Cachoeira do Campo, com a presença da Bandalheira Folclórica de Ouro Preto.. Crédito-João Paulo Teluca Silva/Jornal Voz Ativa. Siga no Google News

Colaboração – Estagiária Júlia Souza, estudante de jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), sob supervisão de Tino Ansaloni

Além do dia consagrado pela Igreja Católica à Virgem Maria, com diversas festividades à Nossa Senhora nos quatro cantos do país neste último domingo, 08 de setembro, Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto (MG), celebrou também a sua Padroeira, Nossa Senhora de Nazaré e os 155 anos da Sociedade Musical União Social.

Uma antiga rivalidade

A Banda de Baixo que, também neste domingo (08/09), despertou os moradores já nas primeiras horas da manhã com a tradicional alvorada, foi criada em 1864, seis anos depois da criação da sua irmã mais velha, a Sociedade Musical Euterpe Cachoeirense, ou Banda de Cima, que data de 1958.

Ex-prefeito de Ouro Preto, secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais, Angelo Oswaldo, também presente na festividade, explicou se tratar de duas das bandas de música mais antigas em funcionamento ininterrupto em Minas Gerais.

“Houve bandas anteriores como a Banda Santa Cecília, de Sabará, importante agremiação musical que está em atividade até hoje, mas ao contrário das bandas cachoeirenses, esta passou por períodos de interrupções ao longo de sua trajetória”.

As bandas que cultivam uma rivalidade sadia, porém apaixonada, como aquela paixão dos torcedores dos clubes mineiros Atlético e Cruzeiro, segue rompendo séculos e garantindo o seu legado.

“Quem é da União Social da Banda de Baixo, ou Banda dos Lemos, é fiel a ela. Quem é da Banda de Cima, ou Banda dos Murta, também mantém essa fidelidade histórica e Cachoeira celebra assim duas belíssimas corporações que estão sempre presentes no cotidiano e imaginário popular, cumprindo ambas importante papel social”, completa Angelo Oswaldo.

Ilustre homenagem

Um ponto de destaque na celebração de aniversário de fundação da Sociedade Musical União Social, foi a presença da tradicional Bandalheira Folclórica de Ouro Preto. Sob a regência do maestro Virgílio Alves e muito aplaudida pela população local, a banda percorreu as ruas do distrito em homenagem à Banda de Baixo, além de homenagear a padroeira Nossa Senhora de Nazaré, no adro da matriz.

Fundada há 47 anos, a agremiação surgiu no Carnaval de Ouro Preto e hoje é uma referência em todo o país. Vestidos com uniforme semelhante ao da banda da Polícia Militar – mas com um penico no lugar do quepe e um rolo de papel higiênico ao invés de armas – os músicos do bloco há décadas arrancam risadas dos foliões pelas ladeiras da antiga Vila Rica, ao satirizar os militares. E houve espaço para o deboche e descontração (sem contudo faltar com o respeito) até mesmo no adro Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré.

Igreja Matriz de Cachoeira do Campo

Uma das igrejas mais importantes do barroco brasileiro, a Matriz de Nossa Senhora de Nazaré faz parte da primeira fase do barroco mineiro, o chamado estilo nacional português ou estilo arquivoltas.

Os seus altares possuem douramentos que deixam a igreja resplandecente. Uma talha profusa com muitos elementos que ornam os retábulos, as colunas, o arco cruzeiro e o retábulo mor são os incrementos para uma bela experiência arquitetônica e religiosa.

É considerada uma das igrejas mais importantes de Minas Gerais e do Brasil. Recentemente, a Matriz foi restaurada e quem a visita fica impressionado com toda a riqueza exuberante do templo.

Na sede da Sociedade Musical União Social

Após as homenagens à padroeira e à Banda de Baixo, a Bandalheira Folclórica continuou percorrendo as ruas de Cachoeira do Campo em direção à sede da Sociedade Musical União Social, acompanhados pela população local, membros e diretoria das agremiações.

Silvino da Costa Pimenta, presidente da Sociedade Musical União Social de Cachoeira do Campo, agradeceu a todos que prestigiaram a importante data para a cultura e memória ouro-pretana, especialmente à Bandalheira Folclórica pela homenagem e destacou o importante papel social difundido pela Banda de Baixo.

“A nossa ideologia é formar não apenas bons músicos, mas também bons cidadãos. Esse é o objetivo principal da Escola de Música ”Randolpho José de Lemos”, destinada a praticar e difundir a arte musical gratuitamente, visando a cultura, o folclore da região, a disciplina, a recreação e sobretudo a formação do cidadão”.

Também visivelmente emocionado, o maestro fundador da Bandalheira Folclórica, Virgílio Alves discursou e rendeu homenagens a todos e todas que sempre apoiaram e apoiam a importante agremiação carnavalesca ouro-pretana.

“Especialmente Pedro Ivo, Cindinho e Ademir. Sem eles, a Bandalheira talvez não tivesse toda essa importância que possui hoje. É um trabalho de amor e amizade, a Bandalheira é isso. Além disso, tenho certeza de que sempre seremos muito bem-vindos e recebidos de braços abertos em Cachoeira do Campo”.

Virgílio também agradeceu a presença de “todos os músicos da Banda do Rosário que se sentiram muito honrados em prestar homenagem à Banda de Baixo no seu aniversário de fundação”.

A festa continua

A Sociedade Musical União Social, em comemoração aos seus 155 anos de fundação, convida toda a comunidade a participar do Encontro de Bandas na Praça da Matriz de Cachoeira do Campo. O evento acontece no próximo domingo, 15 de setembro, a partir das 10h.

Clique nas imagens abaixo para ampliá-las e veja mais detalhes da celebração dos 155 anos da Banda de Baixo. Todas as fotos são de autoria do repórter João Paulo Teluca Silva e da estagiária Júlia Souza. Proibida a reprodução sem autorização prévia.

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