Comemorando 35 anos de carreira, a cantora Ceumar desembarca em Belo Horizonte para um show inédito, em duas datas, com apresentações gratuitas no Teatro do Centro Cultural Unimed BH, nos dias 15 e 16 de março (sábado e domingo), e sessões às 20h e 19h, respectivamente. Os dois espetáculos têm participação de Sérgio Pererê, parceiro de longa data de Ceumar, e perpassam os maiores sucessos da artista mineira, que vem exportando um cancioneiro inconfundível da música popular brasileira ao longo dos anos.
A turnê “Ceumar — 35 anos de Música” reverencia a carreira da cantora nascida em Itanhandu, no Sul de Minas, e que se mudou para Belo Horizonte aos 17 anos para estudar violão clássico na Fundação de Educação Artística (FEA), ganhando o mundo a partir do final dos anos 1990.
Radicada em São Paulo há mais de duas décadas, e com uma passagem de seis anos pela Holanda, Ceumar costurou uma carreira bastante influenciada pela música mineira do Clube da Esquina. Mas também impactada pela Vanguarda Paulista, efervescente movimento musical realizado em São Paulo nos anos 1980, liderado por nomes como Itamar Assumpção, Grupo Rumo, Tetê Espíndola, Arrigo Barnabé, entre outros. Tudo isso rendeu a Ceumar um círculo afetuoso de encontros musicais enraizados em todas as partes do país.
“Minha escola era o Clube da Esquina. Eu ouvia tudo dos mineiros na minha adolescência. Eu tinha grande admiração pela música feita por eles. Foi assim que eu comecei a fazer um pouco essa mistura, essa conexão de Minas com São Paulo. Foi bem nessa época que cheguei em São Paulo, conheci Zeca Baleiro, Chico César, pessoas incríveis que me deram canções. Eu gravava no meu gravador, que ainda era de fita. E eles me deram canções para ouvir, para começar um repertório”, relembra Ceumar.
Para a celebração da carreira, que transborda a diversidade de parcerias de Ceumar, alguns amigos foram convocados. No show realizado em São Luís (MA), o convidado foi Josias Sobrinho, compositor gravado por artistas como Alcione, Leci Brandão e Pena Branca e Xavantinho. Em Belém (PA), quem dividiu o palco com Ceumar foi o paraense Nilson Chaves, conhecido como a grande voz da Amazônia, autor do clássico “Sabor Açaí” (1989), em parceria com o poeta João Gomes, e considerado um hino da cultura paraense.
Sérgio Pererê
Para Belo Horizonte, cidade escolhida para encerrar a turnê, os shows serão abrilhantados pela voz marcante do cantautor mineiro Sérgio Pererê. A relação de Ceumar e Pererê é constituída na identificação da amizade selada no início da carreira da cantora mineira, quando ela gravou “Onde Qué” (Sérgio Pererê) em seu segundo disco, “Sempre Viva” (2003) — que rendeu shows na capital paulista com a participação do mineiro.
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“O Pererê veio participar desses shows e depois a gente nunca mais se abandonou. Viramos irmãos. No meu último álbum, pedi uma canção para ele. Ele sonhou com a música e fez, se chama ‘Tô Aqui’. E no álbum ‘Silencia’, em 2014, fizemos uma música juntos, ‘Chora Cavaquinho’. Vamos levar tudo isso para o palco. Eu tenho o Pererê como uma referência de músico, de pessoa e de amigo. Ele traz as histórias e os ritmos de Minas Gerais para mim de uma forma muito pura”, diz Ceumar.
Shows
Além das parcerias com Pererê, as apresentações de Ceumar são conduzidas por um setlist com canções de todos os seus oito álbuns gravados, incluindo o repertório presente em “Dindinha” (1999); “Sempre Viva” (2003); “Achou!” (2006), com Dante Ozzetti; “Meu Nome” (2009); “Trio Live in Amsterdam” (2010); “Silencia” (2014); “Viola Perfumosa – Homenagem à Inezita Barroso” (2018), com Lui Coimbra e Paulo Freire; e Espiral (2019).
“O show tem um repertório que eu fui pincelando muito afetivamente, pelo que eu sei que as pessoas gostam. E, claro, tem novidades. Tem uma música inédita, tem uma canção surpresa para o público que nunca gravei e que abre o show. Eu tento fazer um passeio por todos os álbuns, mas tenho uma certa liberdade afetiva de escolha”, pontua Ceumar.
Os shows da turnê têm formato intimista de voz e violão. Para isso, Ceumar estará acompanhada de um de seus principais parceiros, o multi-instrumentista baiano Webster Santos, que participou de todos os discos da artista, e acompanhou cantoras como Zélia Duncan, Daniela Mercury, Leila Pinheiro e Zizi Possi, por exemplo. Após os shows, Ceumar convida o público para um breve bate-papo, a ser realizado no próprio Teatro do Centro Cultural Unimed BH.
A turnê “Ceumar — 35 anos de Música” é fomentada pelo Bolsa Funarte de Música Pixinguinha 2023.
Ceumar
A cantora e compositora Ceumar começou sua carreira pelos bares da capital mineira, em 1989, e teve uma breve passagem de dois anos por Itajubá, no Sul de Minas. Ela aportou em São Paulo em 1999, onde conheceu diversos artistas de sua geração — incluindo Grupo Rumo, Ná Ozzetti e Itamar Assumpção. Em 1997, começou o processo de criação de seu primeiro álbum, “Dindinha”, lançado em 1999, sob a produção musical de Zeca Baleiro.
Ao longo da carreira, além dos parceiros mais conhecidos, também deu interpretações únicas para canções de Gero Camilo, Arnaldo Antunes, Fagner, Luiz Gonzaga e muitos outros. Com o sucesso, durante cinco anos viveu em Amsterdam, na Holanda, e se apresentou em países como Bélgica, Itália, França, Portugal e Israel.
Na primeira entrevista que concedeu na vida, em 1999, ao jornal Folha de São Paulo, para o jornalista Pedro Alexandre Sanches, Ceumar foi descrita com o título: "Ceumar parece coisa que não existe". Mais de três décadas depois, a artista conserva uma capacidade artística singular de surpreender e emocionar o público.
SERVIÇO. Show “Ceumar — 35 Anos de Música”
Onde. Teatro do Centro Cultural Unimed BH, no Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2.244 - 5º andar - Lourdes, Belo Horizonte)
Quando. 15/03 (sábado), às 20h; e 16/03 (domingo), às 19h
Quanto. Gratuito
Ingressos: A entrada é gratuita, com distribuição de ingressos na bilheteria do Teatro ou pela Sympla, no dia da apresentação, limitados a dois por CPF.
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