“Deixa tudo passar que a gente vai se abraçar, e pular de novo na praça!
Deixa tudo passar que a gente vai se abraçar, e pular de novo na praça!
Deu saudade do abraço e do aperto de mão.
De ver a multidão transbordando alegria,
De cair na folia junto com a galera!
Dizemos pra esse povo se cuida e espera!
Que tudo vai passar, a força está em nós!
O riso e a alegria que nos contagia,
enche de euforia e enfeita a cidade em qualquer Carnaval!”...
Estes são os versos da canção “De Novo na Praça” composta pelo músico Alex Rodrigues, especialmente para uma campanha de motivação da população e para arrecadação de recursos para ação social com moradores em situação de rua (conheça o projeto “De Novo na Praça”: https://www.youtube.com/channel/UCgZ0Bg6QICYdKX9K638prZQ).
A letra expressa muito bem o período que estamos vivendo com os efeitos da pandemia provocados pelo novo coronavírus. Solidários com os anseios de quem pensa no bem-estar coletivo, nós, representantes da Associação dos Blocos de Rua de Belo Horizonte (AbraBH), concordamos, apoiamos e reiteramos a importância da não-realização das festividades presenciais do Carnaval em 2021.
A AbraBH segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de não promover eventos presenciais que possam gerar grandes aglomerações. Ao todo, fechados com esta decisão, a entidade reúne 33 blocos em sua composição. Somados, arrastamos mais de 965 mil foliões, entre o pré-Carnaval e o Carnaval em 2020. A AbraBH pede a todos estes seus milhares de foliões que permaneçam em casa entre 12 e 16 de fevereiro, período em que seriam realizados os cortejos que anualmente cada bloco prepara com tanto carinho, luta, resistência e alegria, muita alegria!
Mesmo com a população já tendo começado a ser vacinada, inicialmente com os trabalhadores da área da saúde, não vemos com prudência e responsabilidade colocar um bloco na rua, independentemente do seu tamanho ou do número de foliões que arrasta.
Nem mesmo a possibilidade de promover o Carnaval em outra data, este ano, acreditamos ser viável. Com a pandemia, nenhum bloco de rua pôde se programar para levar alegria aos foliões. Não foram promovidos ensaios, oficinas, encontros, reuniões e debates – nada presencial para discutir o assunto "desfiles presenciais". Embora, nas redes sociais, tenhamos conseguido realizar algumas ações importantes, inclusive para a socialização de foliões, promoção de campanhas de apoio a comunidades e a preservação do equilíbrio emocional de diversas pessoas. Muitas pautas importantes, até mesmo questões humanitárias e sociais foram tratadas, mas nada com o calor humano, o abraço, o aperto de mão de que tanto gostamos!
Não queremos ser responsabilizados pelas aglomerações e muito menos por aumentar os casos de Covid-19 em Belo Horizonte. Queremos sim, foliões imunizados para que todos possam se abraçar, brincar e pular em todas as praças da capital mineira e celebrar ainda mais a vida!
Então, vamos deixar isso tudo passar para depois, pular na praça! Mas com responsabilidade! Reiteramos, ainda, a importância do Carnaval não apenas como uma festividade sazonal, mas sim como uma grande engrenagem social que possibilita a geração de renda, captação de recursos para o município, promoção da saúde mental, defesa de causas sociais de grande relevância. Fazemos Carnaval, contribuindo para uma cidade melhor, o ano inteiro, com muito trabalho, profissionalismo e respeito à cidade e aos seus espaços.
Assinam essa carta os blocos:
1. A Luz de Tieta
2. Alalaor
3. Andacunfé
4. Anjos do Céu
5. Betânia Custosa
6. Bloco de Belô
7. Bloco do Bigode
8. CarnaFlora
9. Coco da Gente
10. Com Sagrados
11. Cowboy di Buteco
12. Filhos da PUC
13. Bloco da Fofoca
14. Garota Eu Vou Pro Califórnia
15. Gato Escaldado
16. Bloco Intervalo
17. Bloco do Padreco
18. Bloco da Kel
19. Mamamiga Folia
20. Nada Santa
21. O Rei e a Jovem Guarda
22. Pescoção
23. Românticos São Loucos, o Bloco
24. Tamborins Tantãs
25. Timbaleiros do Ghetto
26. Bloco da Saudade
27. Sexta, Ninguém Sabe
28. SBC – Samba, Bobagem e Cerveja
29. Bloco do Torresmo
30. Unidos da Estrela da Morte
31. Vou Ali e Volto
32. Ziguiriguidum
33. Bloco da Língua
Belo Horizonte, 28 de janeiro de 2021.
ASSOCIAÇÃO DOS BLOCOS DE RUA DE BELO HORIZONTE
ABRABH
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