Ouro Preto e Mariana sempre se evidenciaram nos universos da arte, da cultura e da história, no Brasil e no mundo. Uma e outra, constantemente, são palcos de eventos que entram nos anais da cultura e da arte e se imortalizam normalmente. Assim, no mês de março de 2012, as duas cidades, através de suas academias de letras, empossaram novos membros que, devido à sua produção literária e cultural, mudaram, de alguma forma, a história da literatura local e nacional. No dia 22 de março, no anexo do Museu da Inconfidência, tomou posse a nova diretoria da Academia Ouro-Pretana de Letras, a saber, a segunda na história da instituição. Foram empossados: Presidente – José Efigênio Pinto Coelho; Vice-Presidente – Carlos Eduardo Lisboa; Primeira Secretária – Fátima Lisboa; Segunda Secretária: Maria Benícia Rodrigues Gomes; Tesoureira: Maria da Conceição Reis; Relações Públicas – Francisco Vasconcellos Bastos; Bibliotecária – Maria José Ibrahim de Oliveira. Conselho Fiscal – Clélia Passos, Ângela Xavier, Jusberto Cardoso; suplentes – Carlos Versiani, José Benedito Donadon Leal e André Versiani Barbosa. Na ocasião, a Academia imortalizou mais seis ouro-pretanos, chegando ao número de dez imortais. Os novos acadêmicos são: Ângela Maria Leite Xavier; Dom Francisco Barroso Filho; Jusberto Cardoso Filho, Maria Agripina Neves, Maria Francelina Silami Ibrahim Drummond e Wanderlei Alexandre da Silva (Wandico). Todos os novos imortais foram apresentados com discriminação de seus currículos e, em seguida, argumentaram sobre suas escolhas em relação aos patronos, promovendo muita emoção a todos os presentes. Ao final da posse tanto da diretoria quanto dos novos acadêmicos, livros de alguns membros da academia e um título da própria academia foram sorteados e distribuídos entre os presentes. Dois títulos foram ressaltados: A família ouro-pretana (coletânea escrita por vários intelectuais de Ouro Preto sobre histórias de diversas famílias tradicionais da cidade), publicada pela Academia Ouro-Pretana de Letras, e Leitor e Leitura na Ficção Colonial, de Maria Francelina Silami Ibrahim Drumond, a qual anunciou uma oficina a acontecer em breve que permitirá a quem não tenha especialização em letras e literatura a compreender a leitura de livros diversos. Foi convidado para abrilhantar o evento o casal de acadêmicos marianenses – Prof. Dr. José Benedito Donadon Leal e sua esposa Andreia Donadon Leal, os quais anunciaram a imortalização de um novo acadêmico na casa marianense no dia 31 de março, a saber, Prof. Dr. José Luiz Foureaux de Souza Júnior, do quadro da UFOP, cujo patrono foi o escritor Caio Fernando Alves. Na solenidade de Mariana, além da posse do novo membro, o Professor Foureaux, que ocupará a cadeira 25, foram lançados os livros “Contestado Fruto – A Poesia Esquecida de Beatriz Brandão (1779-1868)”, da acadêmica Cláudia Gomes Pereira. Entre os diversos patrocinadores da obra, constam a Academia de Letras do Brasil – Mariana/MG, e a Prefeitura e Câmara Municipais de Ouro Preto e a obra “De Meninas e de Bichos”, cuja autora é Zaíra Martins, intelectual da cidade de Itabirito-MG. Foram apresentados os livros Lumens em prosa e verso e Essências – Sonhos e frutos e luzes, de Andreia Donadon Leal. Durante o evento, que ocorreu nas dependências do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Ufop, muitos poetas e escritores de Mariana e diversas outras cidades de Minas foram agraciados com medalhas e diplomas pela participação em evento internacional na Europa, através de uma obra com poemas mineiros em francês. A professora marianense Hebe Rola foi a campeã das homenagens. A mesma apresentou seu novo livro infantil “Chitarô - Cadê o gato?”. Para abrilhantar mais o evento, que foi brindado com música à capela e hino nacional tocado ao piano, as crianças e os adolescentes de Mariana, que compõem a Academia Mirim de letras de Mariana, também homenagearam o novo empossado e todos os agraciados. Roubando o discurso de Andreia Donadon Leal, basta pensarmos aqui que a palavra faz a vida, mantém a vida, descreve a vida e é a própria vida. Isto vem nos lembrar que somos frutos da linguagem e, caso desapareçam aqueles que dão a vida pela cultura, principalmente a escrita, a história universal também desapareceria. O Jornal Voz Ativa parabeniza a todos os agraciados e também aos membros já imortalizados das duas academias, agradecendo a este grupo pela manutenção da nossa cultura escrita e imortalizada. Elisabeth Maria de Souza Camilo
Faz-se necessário que apoiemos essas iniciativas em um mundo em que a leitura parece um hábito esquecido de nossa população