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A lelek, lek lek, lek, lek, lek, lek: Os paradigmas deste instante girando,girando, girando prum lado e girando, girando, girando pro outro! – Por Diego Fernandes

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Por Tino Ansaloni Publicado em 18/02/2013, 17:58 - Atualizado em 18/02/2013, 18:24
Diego Sávio da Costa Fernandes Graduado em Música pela Universidade Federal de Ouro Preto/MG. Mestrando em Educação e Saúde pela Universidade Federal de São Paulo/SP. Curta no www.facebook.com/jornalvozativa Siga no twitter.com/jornalvozativa
“Para que olhar para trás, no momento em que é preciso arrombar as portas do impossível. O tempo e o espaço morreram ontem. Vivemos já no absoluto, pois criamos a eterna velocidade onipresente.”
Fillippo Marinetti Século XXI, e o futuro está acontecendo. A tão sonhada era das notícias em tempo real chegou. Novidade é que participamos das notícias. Não somos mais meros espectadores, mas, tornamo-nos a notícia e por vontade somos nós, nossos próprios delatores. Somos artistas e público, fotógrafos, jornalistas, críticos, ambientalistas, manifestantes, políticos, estrelas, amantes, poetas, revolucionários, psicólogos, terapeutas, e muito mais. 2013 surge e também os meninos do Alelek. O que eles nos ensinam? A tão repetida música, inocente, que não traz nenhum tipo de apologia ao que é ilícito e a fama adquirida através de vídeos compartilhados pela internet demonstram que existe uma infinidade de possibilidades e que é cada vez mais democrático o mundo das mídias. Só não vê quem não quer. A internet garantiu e reforçou o poder de aparecer e de comunicar-se. Celulares utilizam modernos meios de compartilhamento através de bluetooth e a juventude das periferias, principalmente, multiplicam produtos e frutos de suas atividades socioculturais. As músicas compartilhadas logo difundem-se pelos potentes sons automotivos e num instante, quase mágico, milhares de pessoas tomam conhecimento destes sucessos, embora efêmeros. O desconforto que estes fenômenos tanto provocam atualmente extrapolam os debates acerca das preferencias musicais de quem entra em contato com estes sucessos. Muito declaram sobre o tempo em que vivemos, durante décadas escolheram o que seria compartilhado e a comunicação em massa era concentrada nas mãos de poucos. As periferias e o povo lógico sempre tiveram reações, mas, nunca tivemos tamanha participação e poder de comunicar como hoje temos. Enquanto muitos discutem se o funk é bom ou não, para que serve e quem pode ou não escutá-lo, outros tantos estão sendo pensados, criados e compartilhados. Outrora a televisão, o rádio nos ofereciam os sucessos. O mercado das gravadoras e os compositores em um ciclo muito bem organizado conquistavam ou criavam o público. Tanto se discutiu acerca da televisão, de suas consequências e malefícios e hoje a juventude é multimídia. Nascem e nos primeiros anos já teclam e navegam. A atenção é dividida e a multiplicidade parece ser a grande atração juvenil. O escritor italiano Fillippo Marinetti, em 1909, fez uma observação muito apropriada para o momento, já no século passado: “Para que olhar para trás, no momento em que é preciso arrombar as portas do impossível? O tempo e o espaço morreram ontem. Vivemos já no absoluto, pois, criamos a eterna velocidade onipresente.” Esta velocidade que hoje foi conseguida através da internet, dos celulares, dos computadores é utilizada por multidões. Estas produzem, compartilham e consomem. Os meios de comunicação mais antigos como o Rádio, a Televisão, Jornais, Revistas, Livros Didáticos, foram analisados e encontraram-se fatos que comprovam o interesse destes meios como veiculadores de ideologias e homogeneizador de opiniões, comportamentos, criadores de imaginários coletivos, deturpando acontecimentos e moldando outros tantos. As novelas, os telejornais, os noticiários, os programas de auditórios, os personagens das telenovelas difundem representações. São viabilizadores de uma homogeneização social, comportamental, consumista. Estas mídias anteriormente citadas são financiadas através dos produtos que divulgam e divulgam os produtos que as financiam, num ciclo tão perfeito quanto antigo, e felizmente cada vez mais disperso. O espaço que as produções alternativas estão conseguindo através da Internet e das novas mídias desconstroem muitas estruturas antiquadas, onde poucos decidiam o que muitos conheceriam. Agora como exemplo dos jovens criadores do A lelek, as fronteiras estão cada vez mais invisíveis, as periferias criam cada vez mais. A juventude participa e opina e estar de frente à TV esperando os novos sucessos que eles elencaram torna-se cada vez mais insuportável. A internet está cada vez mais amplificando a voz das periferias e os jovens de hoje cada vez mais fazem jus à esta oportunidade. O que se vê no clipe? Periferia e uma juventude criativa, ativa e engajada. Outrora as periferias eram noticiadas e representadas apenas como reduto de criminalidade e de mazelas. Hoje elas se representam, possuem a voz própria cada vez mais potente com a internet e como de costume, representam-se com o sorriso no rosto no “passinho” que com tamanha simplicidade descontroem um mundo de preconceitos e paradigmas. Se alguns não gostam, outros milhões gostam! Diego Sávio da Costa Fernandes Graduado em Música pela Universidade Federal de Ouro Preto/MG. Mestrando em Educação e Saúde pela Universidade Federal de São Paulo/SP.

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