“Chega! Basta! Não temos que explicar nada!”, pela jornalista Priscilla Porto

Além de jornalista, Priscilla Porto é autora dos livros “As verdades que as mulheres não contam” e “Para alguém que amo – mensagens para um pessoal especial”. Priscilla também assina a coluna “Viagens Literárias”, no Jornal Voz Ativa.

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Por Priscilla Porto Publicado em 14/04/2021, 13:55 - Atualizado em 14/04/2021, 13:55
Foto-A jornalista e escritora Priscilla Porto / Crédito-Bruna Santos. Siga no Google News

Chega a ser impressionante a capacidade de tantos brasileiros de tentarem deslegitimar vítimas de racismo, vítimas de preconceito, vítimas de homofobia, vítimas de machismo e vítimas de violência sexual, entre outras.

Chega a assustar a capacidade de tantos brasileiros de tentarem deslegitimar vítimas de racismo, de preconceito, de homofobia, de machismo e de violência sexual, entre outras.

Chega a ser cruel a capacidade de tantos brasileiros de tentarem deslegitimar vítimas de racismo, preconceito, homofobia, machismo e violência sexual, entre outras.

Recentemente, foi assunto de destaque na imprensa e nas redes sociais o preconceito racial vivido pelo participante João Pedrosa - da atual edição do Big Brother Brasil, da TV Globo - relativo ao seu cabelo. Cabelo que foi comparado, pelo cantor sertanejo Rodolffo Matthaus, à peruca de uma fantasia de homem das cavernas.

E, apesar de uma grande maioria de pessoas condenar a atitude do cantor - que acabou sendo eliminado do programa - houve quem deslegitimasse a vítima, João, condenando-o por não ter procurado, em particular, o cantor para explicar que não gostou “da brincadeira”. Como se ele tivesse a obrigação de explicar, por ser professor, que “a brincadeira” foi preconceituosa.

Acontece que, antes de ser professor, João é um homem negro que afirmou sofrer de preconceito e racismo desde criança - assim como milhares de brasileiras e brasileiros em nosso País, que finge não ser preconceituoso, nem racista. E não é possível que o cantor sertanejo, com toda sua idade e experiência, não tenha ainda percebido/aprendido que “brincar” com a cor da pele, com o cabelo, com a condição social, com a sexualidade, etc, é errado!, é cruel! e ultrapassado até!

Sim é possível! Porque não é ultrapassado, não, não é! Pelo contrário, é mais que vigente, as “brincadeiras” e comentários “sem querer” que muitas pessoas ainda insistem em fazer e falar sobre o negro, o gordo, o homossexual, a mulher etc. Haja vista até que o cantor nem foi eliminado com porcentagem muito alta do BBB – o que talvez evidencie, e muito, o pensamento de tantos pares a ele.

Instagram Priscilla Porto: @priscillaportoescritora

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