“União com seriedade”, por Valdete Braga

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 04/09/2017, 16:09 - Atualizado em 22/02/2021, 15:28
União com seriedade Semana pesada. O incêndio nas matas no Parque do Itacolomy deixou a todos apreensivos, preocupados, e tristes. A morte do macaquinho eletrocutado só trouxe ainda mais tristeza a todos que acompanharam os fatos, isto sem contar quantos animais devem ter sido vitimados em seu próprio habitat, pela maldade de mãos humanas. Foi de cortar o coração. Ao mesmo tempo, em meio a tanta dor, vimos em contrapartida que ainda existe esperança neste mundo desesperançoso. A mobilização das pessoas, o brilhante e corajoso trabalho do Corpo de bombeiros e brigadistas, bem como de gente anônima ajudando como podia, saindo das redes sociais e colocando a mão na massa, levando alimento e água aos socorristas da mata, tudo isto junto a alguns (eu disse alguns) órgãos de imprensa que também saíram do virtual para informar à população “in loco” o que de fato estava acontecendo, veio mostrar que nem tudo está perdido. É preciso deixar claro que não pretendo aqui depreciar o trabalho feito também em redes sociais. Não sou louca. Inclusive muitos tomaram conhecimento através delas, e elas ajudaram não apenas na informação como nas chamadas para a campanha de ajuda. Rede social é um veículo importante sim, e, quando bem usado pode ajudar muito. E ajudou, exatamente porque foi bem usado, sem os famosos “mimimi” que existe tanto por elas. O que eu quero dizer é que facebook não apaga fogo. Ficar falando só no facebook não resolve nada. Eu disse só. Quando junto às informações, opiniões e fotos, vêem também sugestões, campanhas e divulgações sobre como ajudar (como vi, por exemplo, lugares onde poderiam ser entregues os suprimentos) aí, pelo contrário, resolve muita coisa. Vi um trabalho conjunto como há muito não se via em Ouro Preto. Ninguém sabe nem precisa saber o nome das pessoas que deixaram barras de cereais e garrafas de água mineral para os nossos guerreiros, verdadeiros heróis, cujo trabalho nenhuma dessas pessoas poderia fazer, mas não foram poucas. Pena que sejam preciso tragédias desta proporção para liberar o sentimento de solidariedade existente em nós. Deveria ser uma constante em nossas vidas, mas estamos sempre tão ocupados, tão “na correria” que nos esquecemos dele e não deveríamos nos esquecer nunca. Há muito tempo não via tanta gente colocando a mão na massa, saindo da frente da tela do computador ou celular e fazendo de fato acontecer. Repetindo sempre, sem desmerecer o bom trabalho feito nas redes. Tem muita babaquisse nela, mas tem gente séria também, e estas merecem todo o respeito no trabalho que fazem. Mas existem situações que exigem mais, como o risco corrido pelos combatentes do fogo, as informações em tempo real, com entrevistas a quem de direito, pessoas diretamente envolvidas e que acompanharam os fatos de perto, sem achismos ou sensacionalismos virtuais. Desde a cobertura jornalística feita por profissionais competentes e sérios, até os estudantes que se mobilizaram levando o que podiam, passando pelos anônimos e chegando, também, é claro, às informações sérias, via rede. O fato, em si, foi muito triste. O macaquinho eletrocutado foi como um mártir representando todos os animais sacrificados pela estupidez humana. Mas podemos tirar disto tudo uma importante lição: com união e seriedade, podemos enfrentar as tragédias da vida. Deus abençoe a todos, com especial agradecimento aos bombeiros e brigadistas que arriscaram a vida pela nossa fauna, flora e também pelas nossas vidas. E a Deus, pela abençoada neblina que chegou na hora certa, quem sabe em resposta ao esforço de todos?

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