por Valdete Braga Quantas vezes uma pessoa pode nos machucar? Qual o limite para a mágoa? Quantas vezes precisamos relevar até nos cansarmos e mandarmos tudo para o espaço? Qual o limite entre o perdão e o amor próprio? Até onde devemos permitir que o nosso “gostar” nos faça sofrer? Não me refiro apenas a relacionamentos amorosos. Falo de qualquer tipo de relação. Amorosa, amizade, familiar, de trabalho... até quando, por mais que gostemos da pessoa, devemos nos sujeitar a desculpar sempre, entender sempre, relevar sempre? Até quando os problemas do outro merecem ser mais entendidos do que o nosso? Ando tão triste com mudanças de pessoas que ontem eram um e hoje sãos outros! Esse maldito poder que pega uma pessoa boa, de boa índole, bom caráter, joga-a para cima e ela não percebe que da mesma forma que subiu vai fatalmente voltar a descer um dia. Pode demorar, mas sempre volta. Ela não se torna uma pessoa má. Apenas se deslumbra. E o deslumbramento pode destruir toda uma vida, muitas vezes conquistada com dificuldades, esforço e, por que não dizer, merecimento? O deslumbramento do poder destrói famílias, amizades, e, não raro, a própria pessoa. Não desejo isto para ninguém, quanto mais para uma pessoa amiga. Saia dessa, saia dessa enquanto é tempo! Ganhando você está perdendo e não percebe. Só vai perceber quando for tarde demais. Ganha dinheiro, ganha fama, ganha poder. Ganha seguidores e perde amigos. Eu sou sempre a última. Faço um esforço sobre humano para entender, em nome do que a pessoa foi antes do poder. Luto até o limite das minhas forças, em reconhecimento às citadas dificuldades, esforço, e, principalmente, merecimento. Mas a praga do poder destrói até isso. Diante da vaidade do deslumbramento, até do próprio merecimento a pessoa esquece. Ela se torna Deus, e Deus é Onipotente. Ele se merece por si só. Que coisa triste! Dá vontade de chorar. Eu resisto, resisto, mesmo depois que todos se foram. Respeito muito meus amigos. Mas quando a pessoa se coloca ao nível de Deus, não dá mais. Repito, sou a última. Mas diante de Deus a minha insignificância fica muito evidente. Acho que descobri o limite.
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