Por Valdete Braga
“A vida é um sopro”. Quem nunca ouviu, leu, ou falou esta frase? Conhecida e verdadeira, normalmente nos lembramos dela quando perdemos alguém. Não sei se como consolo, não sei se pelo fato de que o tempo que passamos com quem amamos nunca é suficiente, mas sentimos sim, que a vida é um sopro. e isto fica muito evidente em momentos de perda.
Em menos de um mês eu vi partirem três pessoas queridas e o filho de uma amiga, igualmente querida e ele também, apesar da pouca idade, já muito considerado, pelo meu vínculo com a mãe.
Quatro pessoas em um mês é difícil demais, sofrido demais, é muita dor para um coração só. Desde o início do ano temos ouvido, por questões esotéricas e religiosas, que 2019 seria um ano de perdas. Sempre acreditei e acredito nisto, porque vejo outras pessoas na mesma situação. Cada amigo que parte é um pedaço nosso que vai junto. Se sentimos a morte de colegas e conhecidos, quanto mais de pessoas que fizeram e fazem parte de nossa história, pessoas que amamos, um irmão ou irmã não consangüíneos, mas de alma.
Outros partiram desde o inicio do ano, eu não gosto de contabilizar, mas quatro em menos de um mês (cinco com o cachorro *) é preciso muita força e Fé para nos manter de pé. Pessoas diferentes, partidas diferentes, mas deixando a mesma dor e o inevitável “por que”, cuja resposta só Deus vai me dar, um dia. E só aí eu vou entender. Até lá é me agarrar com todas as forças à Fé e dedicar a eles e familiares muita oração.
Quatro pessoas amadas em um mês, como dói! A impressão é a de que Deus apontou Seu dedo para a o planeta Terra e resolveu levar todo mundo junto, por razões que não me cabe entender.
O filho de uma amiga, de dezoito anos, partiu de forma trágica, em BH. Não pude ir no dia, e no final de semana, fui fazer uma visita. No domingo, na casa dela, recebo um telefone de que uma amiga-irmã havia partido, aqui em Ouro Preto. Por mais que tentemos ser fortes, é muita informação dolorosa, para assimilar. Duas semanas depois outro amigão, destes que não via todos os dias, mas que quando via parecia que foi ontem, também se foi. E antes outro havia partido.
Quatro despedidas. Quatro partidas por quatro embarques diferentes, mas todos em direção ao Pai e todos meus amigos. Mexe com a cabeça, o corpo e o coração. Rezo por eles e pergunto a Deus porque tão perto um do outro? Encho Deus de perguntas, cujas respostas não encontrarei neste Plano, mas sei que Ele sabe. Chego a ficar meio brava com Ele, depois me acalmo e peço perdão pela heresia, já sabendo que Ele entende e já me perdoou. Ainda sou humana, ainda estou na carne, quando chegar lá, vou entender.
Consolo-me pensando que eles, os meus amigos, já entenderam. E repito a frase: A vida é um sopro. Um átimo de Deus. Minha dor vai se transformar em aceitação, na hora certa. Pobre do ser humano que não tem Fé! Esta Fé que me sustenta agora e sabe que minhas lágrimas precisam cair para mais tarde me fortalecerem na certeza de que todos eles estão em um mundo melhor, e que todos, independentemente do caminho que escolheram para partir, chegarão ao mesmo destino, isto se já não estiverem lá, e que de lá não me querem sofrendo por eles.
Nem a mim, nem aos demais amigos, nem aos familiares. Vivamos o nosso luto e depois saibamos honrar e respeitar a vontade de Deus. Que sejam recebidos pela Espiritualidade Superior, cada um dentro da sua compreensão, e que encontrem o que todos nós queremos, neste Plano e em todos os outros: paz, meus queridos amigos. Fiquem bem. Até um dia.
Deixar Um Comentário