Por Valdete Braga E o mês de janeiro está passando. Já pulamos sete ondas, comemos lentilha, jogamos três sementes de romã para trás, usamos roupas brancas e amarelas, dobramos uma nota e colocamos no fundo da carteira... atitudes que tomamos no final de ano que alguns acham superstição, mas eu prefiro chamar tradição. Às vezes ficamos desanimados, falamos que não vamos fazer, mas acabamos cumprimento nem que seja somente uma, entre tantas. O importante destas tradições não é o ato em si, mas a esperança que elas representam. O mundo anda carente de esperança. Todo mundo sabe que dobrar uma nota de dois reais (claro que escolhemos a de menor valor) e colocá-la no fundo da carteira não vai trazer dinheiro em um passe de mágica. A gente que não trabalhe duro para ver. Da mesma forma não é a cor da roupa usada na “virada” ou o que comermos a meia noite que vai fazer o ano melhor. O que nos motiva é a esperança, trazida pelas tradições. Obviamente, não quer dizer que vamos ficar deitados eternamente em berço esplendido, cheio de esperanças e sem fazer nada. Claro que não. Esperança sem atitude é utopia. Mas ela nos empurra para a frente, nos anima a agir, nos dá força para seguirmos em frente. As coisas estão difíceis? Claro que sim. Vão continuar por um tempo? Também. Mas não quer dizer que seja eterno. E se agirmos com coragem, fé, e verdade no coração, conseguiremos melhorar. Às vezes demora um pouco, mas com estes três elementos, conseguiremos, sempre. Se acreditarmos que comer lentilha à meia noite nos trará fartura, teremos fartura. Se acreditarmos que jogar três sementes de romã para trás nos trará sorte, seremos sortudos. Se não materialmente, dentro dos nossos corações. A esperança faz isto. Ela nos dá o que queremos e pedimos, mesmo que fora do plano material. Existe coisa melhor do que acordar de bem com a vida e passar o dia com um sorriso no rosto? Quanta fartura e sorte isto representa? Antes de entrarmos no segundo semestre no primeiro ano do mês, ainda sentimos a energia da “virada”. Ainda nos lembramos dos fogos, dos abraços, dos desejos de um ano melhor... e por que não pode ser? Por que não acreditar que será? Eu acredito. Não se trata da cor da roupa, da comida, do dinheiro dobrado ou das ondas. Trata-se do que tudo isto representa, para cada um a seu modo. Trata-se da esperança que vem com as tradições. Onde há esperança, há vida. Feliz Ano Novo a todos.
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