Hoje, somente hoje, eu gostaria de ser um urso polar, terminar esta crônica, desligar o computador, apagar a luz e hibernar até 2019. Não que 2018 vá ser um ano tão ruim, mas para um tempo, mesmo. Contrariando as expectativas, eu tenho esperanças de que vamos conseguir sair deste caos instalado por todo lado que olhamos. Não em uma semana ou um mês, mas no tempo certo vamos encontrar o equilíbrio perdido. Não podemos perder a esperança. Esperança é vida, e se as coisas já não andam bem, sem ela só pioram. O ser humano está fazendo tanto mal ao Planeta e a si mesmo, que não percebe que o desequilíbrio ambiental, físico e emocional que estamos vivendo é em grande parte culpa de nós mesmos. O Universo nos retorna o que jogamos nele, e estamos em plena fase de transição planetária, precisamos lutar muito com nossas vozes interiores, quando elas vierem com conversas negativas. Precisamos nutrir nosso interior de positividade, para levarmos para o exterior. Culpamos os políticos, a crise, até a natureza, mas não olhamos para dentro de nós. Obviamente, há quem possa fazer mais do que outros, há quem tenha mais condições, mas por outro lado, não podemos nos perder em falácias e esquecermos da prática, que não é feita por uma pessoa, um grupo, ou uma classe, mas por cada um de nós. Difícil, muito difícil. E quando fica muito difícil, vem esta vontade de hibernar. Somente hoje. Amanhã, depois de uma noite bem dormida sob a proteção dos invisíveis, há de ter passado. Mas falo do meu momento, do aqui e agora. Agora eu gostaria de não ver este ano passar. Há muito está difícil, mas ano eleitoral é sempre mais complicado. Já começam, extra oficialmente, os discursos pré agendados, as teorias que todos sabemos não vão se tornar prática, mas que todos também sabemos, infelizmente, mil vezes infelizmente, acabam dando certo, no final. O que se fala hoje não se faz amanhã. Aí surgem as brigas, inimizades e coisa piores, vindas exatamente por parte de quem será mais prejudicado. Dá preguiça e vontade de hibernar, para não ver, nem ouvir. Covardia? Há quem possa achar, e eu entendo. Mas prefiro chamar prevenção. Uso uma metáfora exatamente para descrever o estado geral das coisas e o meu estado de ânimo individualmente. Apesar de ser ano eleitoral, não me refiro apenas às questões políticas. Trata-se do todo, o mundo está doente e nós estamos adoecendo junto. Violência, truculência, discursos vazios... Não, não é covardia. É cansaço mesmo. Um cansaço que dá direito a uma vontade utópica, exatamente para voltar mais fortalecida. Quem me dera ser um urso polar. Só por hoje, esta vontade. Porque amanhã a realidade bate a porta, e é preciso, mais do que nunca, força para encará-la sem sucumbir às suas armadilhas.
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