Leia “O sentido do Natal”, na coluna de Valdete Braga

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Por Valdete Braga Publicado em 13/12/2022, 11:06 - Atualizado em 13/12/2022, 11:06
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Valdete Braga / Arquivo pessoal. Siga no Google News

Quando chegamos a esta época do ano, é comum vermos pessoas dizendo que não gostam deste período de festas, que ficam tristes, que a proximidade do Natal as deixam depressivas, etc. Alguns dizem que a época os tornam melancólicos, porque se lembram de entes queridos que já partiram deste Plano, alegam que falta um lugar à mesa na hora da ceia, e há quem até deixe de comemorar a data por isto.

Entendo este sentimento, até porque já o experimentei também, e realmente não é fácil olhar aquele lugar, ocupado até há pouco ou muito tempo por alguém querido, agora vazio. São compreensíveis a saudade e a falta que a pessoa ou pessoas fazem, mas não acho justo colocá-las em primeiro lugar, diante do tanto que a data representa.

O Natal vai além disto, representa muito mais do que a dor pela perda de alguém, e a própria pessoa que partiu, se é por nós amada e nos ama, nos dois Planos, não gostaria que o sentimento se tornasse algo ruim, especialmente nesta data.

Quando sentirmos que não devemos comemorar o Natal pela perda de uma mãe ou pai, por exemplo, façamos um exercício bem simples: procuremos nos lembrar de quantos Natais ela, ou ele, estavam conosco, muitas vezes sem o pai ou a mãe deles próprios. Quantas vezes eles, já órfãos, mesmo em sua dor, enfeitavam a árvore conosco, faziam aquela comidinha especial, comemoravam...

Quando éramos crianças, nos incentivavam a esperar pelo Papai Noel e se pedíamos algum presente inacessível a eles, inventavam as desculpas mais estapafúrdias para nos convencer de que aquele brinquedo que queríamos o Papai Noel não podia trazer, mas havia um outro, de que até iríamos gostar mais, que o bom velhinho tinha em sua oficina.

Em nossa inocência, nós acreditávamos e aceitávamos. A desculpa é estapafúrdia hoje, mas para uma criança era tida como verdade, ainda mais dita pelos pais, e todo mundo ficava bem.

Felizes aqueles que chegam à idade adulta com os pais presentes, e mais felizes ainda os que chegam com pais e avós, para poderem todos se sentarem à mesa, fazerem suas orações de acordo com a crença de cada um, comemorando, juntos, o Natal. E que aqueles que não alcançaram esta graça não deixem a tristeza fazer morada em seus corações. Se não têm um, têm o outro, se não têm nenhum dos dois, têm irmãos, esposos, filhos, sobrinhos. E se de todo não tiverem nenhum familiar, têm amigos, que muitas vezes são família também.

Ninguém está sozinho se não quiser estar, e o sentido do Natal é exatamente harmonia entre as pessoas, compartilhamento, união. Se assim fizermos, nossos entes queridos, de onde estão, também se unirão a nós em comunhão com o sentido da data. A todos, nos dois Planos, votos de Feliz Natal.

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