Leia “O presente no futuro”, por Valdete Braga

A cronista reflete sobre um assunto que sempre instigou artistas, filósofos, poetas e pessoas "comuns": o tempo.

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Por Valdete Braga Publicado em 14/05/2021, 15:54 - Atualizado em 14/05/2021, 15:55

Acordei com uma pulguinha atrás da orelha. Fiquei imaginando o neto do neto do meu neto abrindo o caderno, ou a ferramenta usada na época, para a aula de História.

Sem dúvidas, os anos de 2020 e 2021 terão destaque em seus estudos, infelizmente com notícias nada positivas, mas importantes para o conhecimento do passado.

É tão estranho imaginar que neste dia, daqui a tantos anos, estaremos todos nestes estudos! Nós, que vivemos aqui e hoje, estaremos lá, nos estudos do neto do neto de nossos netos, como parte de um período tão triste como importante da história do mundo e de nosso país.

Nossos nomes não aparecerão, como hoje não aparecem os nomes dos que estavam no ano da prisão de Tiradentes ou da assinatura da Lei Áurea, entre outros. Os fatos são contados e somos coadjuvantes, mas participamos deles.

Já somos História, todos nós. E se estamos aqui, neste lugar e momento, é porque aqui somos necessários. Não escolhemos ou fomos escolhidos por acaso, então, cabe a nós, mesmo no anonimato, fazermos esta História ser o menos doída possível.

As gerações futuras vão estudar sobre os dias em que vivemos hoje como parte importante de um processo de mudança. Como será esta mudança, só eles saberão e torçamos para que seja para deixar para eles um mundo melhor. Torçamos para que, ao olhar para os anos de 2020 e 2021, os jovens do próximo século os vejam como anos transformadores positivamente.

Fazemos parte de dois (talvez mais) anos referências de um século. Fatos relevantes da História não são lembrados e estudados aleatoriamente, e sim pela sua importância em muitos aspectos, dentre eles a nossa evolução moral.

Lá no futuro, quando as crianças aprenderem nas escolas sobre estes dois anos deste século, nós estaremos lá, anonimamente, sem nomes ou informações a nosso respeito, mas importantes no processo. De onde estivermos, vamos nos lembrar “eu fiz parte daqueles longínquos dias destes anos específicos”.

Vamos pensar: “não foi aleatório, não foi por acaso, estávamos lá, neste hoje presente e então passado”. O que fizemos?

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