Valdete Braga Nos últimos dias, tivemos uma “invasão”, no melhor sentido possível da palavra, de fotos, imagens e filmes da Semana Santa em Ouro Preto, pela internet. Particularmente, não sou muito fã de redes sociais. Nada contra, reconheço o mérito, mas não é a minha praia. Acompanho alguns sites, leio crônicas em alguns blogs, mas não sou de ficar acompanhando tudo, em todos os lugares. Com o tempo, a gente vai se cansando e ficando mais seletiva. Atualmente, utilizo a rede mais para trabalho. Esta semana foi uma honrosa exceção. Não só acompanhei, como cheguei a voltar e rever vários vezes, tanto em sites e grupos, como em páginas de amigos, a maravilha das fotos e das cerimônias. Esta é uma das horas em que gosto de redes sociais. Poder acompanhar em tempo real as cerimônias às quais não foi possível comparecer é uma emoção que não dá prá descrever. Rever depois, quando não podemos assistir ao vivo, também. Sair um pouco do politicamente correto de cada um querendo provar a sua verdade a qualquer custo, para assistir todos na verdade única da Fé, compensa as bobagens com as quais topamos de vez em quando. E, logicamente, coisas sérias também. Existem coisas que só se aprendem com o tempo e experiência. Resisti muito ao mundo virtual, levei um século para fazer uma simples conta de facebook e há pouquíssimo tempo admiti possuir um celular melhorzinho, e mesmo assim por necessidade profissional. Ainda existem opções virtuais que todo mundo tem e eu não sei nem o que são. Honestamente, não posso dizer que gosto. Mas são necessidades que a vida nos obriga, ou ficamos parados no tempo. Minha relação com o mundo virtual é como a de um peixinho que coloca a cabeça para fora do aquário e quer porque quer ficar ali, mas chega um determinado momento em que precisa mergulhar, ou fica sem ar. Posso resistir até onde for possível, mas insistir quando não dá mais seria burrice. Aos poucos, sem pressa, vou me adaptando e aprendendo, de acordo com a necessidade. Por isto digo que esta semana foi exceção. Pela primeira vez após muito tempo, fiquei horas acompanhando sites, por puro prazer. Pulava de um para o outro, acompanhei nossa Semana Santa em grupos, jornais, mensagens privadas, e muitas, mas muitas páginas pessoais de amigos queridos. Recebia e repassava vídeos, deslumbrei-me com a riqueza de detalhes nas representações das figuras bíblicas, e, o mais importante: tudo isto dentro de um sentimento compartilhado com milhões de pessoas. O que mais encantou-me, e me fez repensar alguns conceitos sobre o mundo virtual, foi imaginar que aquela sensação boa que eu sentia, estava sendo igualmente sentida por milhões de pessoas, ao mesmo tempo. Sem contar, é lógico, aqueles que participavam ao vivo. Em época em que a palavra “ódio” está sendo tão difundida pela rede, é maravilhoso demais poder receber e compartilhar amor, na verdadeira acepção da palavra. Há quem possa dizer “era encenação”. Claro que sim, até porque seria querer demais, além de muita perversidade, que Jesus Cristo viesse pessoalmente sofrer tudo o que sofreu, de novo. É óbvio que a história estava sendo encenada. Mas os sentimentos não. Sentimento ninguém consegue encenar. E se a gente consegue difundir esse Amor com A maiúsculo durante os dias da Semana Santa, porque e prá que, depois da Páscoa, voltar ao ódio? Palavra tem peso. Se cada vez que formos usar essa palavrinha horrorosa “ódio”, do lado de cá ou do lado de lá, nos lembrarmos que não só falamos, como compartilhamos amor durante uma semana, não conseguiremos nos controlar mais? Querer o sentimento da Semana Santa o ano todo é pedir demais de seres tão falhos como nós, humanos, mas se não temos ainda a evolução necessária para compartilhar o amor, então não compartilhemos seu oposto. Se não queremos dizer a palavra amor, não digamos também a palavra ódio. Foi tão bom, positivo, gratificante, esse tempo de paz, que voltar a compartilhar guerra é burrice demais.
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