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Leia “Inconveniência total”, por Valdete Braga

Não perca mais uma crônica inédita da colunista do JVA.
Publicado em Valdete Braga
Data de publicação: 09/09/2025 11:46
Última atualização: 09/09/2025 11:46
Valdete Braga / Arquivo pessoal.
Valdete Braga / Arquivo pessoal.

Um amigo chega na casa do outro para resolverem um assunto, levar alguma notícia, ou simplesmente para aquele bate-papo descontraído, incomum em nossos dias, mas que ainda existem. Isto depois de combinarem dia e horário, como manda a regra da boa educação.

O dono da casa abre a porta, os dois se cumprimentam, o amigo entra e se sentam no sofá da sala.

Assim que se sentam, antes de qualquer assunto, o telefone celular, que já estava na mão quanto o amigo abriu a porta, toca aquele sinalzinho irritante de mensagem chegando. O visitante pega o telefone e começa a digitar. Terminada a digitação, começa a conversa, animada, com o assunto que o levou ali, no caso de uma questão específica, ou sobre amenidades, no caso de só um bate-papo cordial.

Cinco minutos depois, o sinal do telefone toca novamente, ele novamente olha e, sem dizer nada ao amigo que o está recebendo, volta a digitar. Esta situação se prolonga por um bom tempo, sem que a pessoa se dê conta do quanto está sendo inconveniente e até mesmo sem educação com quem está do seu lado.

A conversa presencial é interrompida várias vezes, para dar lugar a outra, ou outras, vindas de uma, ou duas, ou três pessoas on-line, não tem como saber. E quem está com o telefone não percebe que existe uma pessoa à sua frente, conversando com ele, sendo obrigada a interromper uma frase ao meio, enquanto ele digita algo que ele não sabe o que, com alguém que ele não sabe quem.

Situações como esta se tornam a cada dia mais corriqueiras, e quem as pratica se torna a cada dia mais sem noção do que está fazendo. Está ficando comum presencial e virtual se entrelaçarem, de uma forma que extrapola não apenas a falta de educação, como o limite de civilidade.

Parece coisa boba, “frescura” de quem se incomoda com isto, mas não é. Deixar o telefone celular na bolsa ou dentro do carro quando está em um compromisso é o mínimo que uma pessoa educada deve fazer. Não importa se o compromisso é algo mais sério ou um simples bate papo, nossa obrigação é darmos atenção àquele com quem estamos.

“Pode ser alguma coisa importante”, é sempre o argumento. Se for importante, não custa pedir licença, responder e depois voltar ao assunto presencial, ou, melhor ainda, não levar o telefone. Nada é tão importante que não possa esperar duas horas ou um pouco mais. E, se for, resolver antes de sair ou quanto voltar. O que está acontecendo, é que as pessoas estão dando preferência ao virtual, e muitas vezes se tornando refém dele.

O aparelho celular, assim como outros itens em nossa vida, existem para a nossa comodidade, e não para virarmos escravos dele. Sendo assim, melhor seria nem sair de casa.

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