Leia “Eu te Amo” na Coluna Valdete Braga

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Por Tino Ansaloni Publicado em 16/07/2016, 18:21 - Atualizado em 22/02/2021, 15:28
Por Valdete Braga Três palavras que significam tanto! Três palavrinhas apenas, mas que trazem tanta coisa boa para quem ouve e para quem diz! Não existe quem nunca as disse ou as ouviu, na vida. Elas aconchegam, curam, aquecem o corpo e a alma. Por isto é triste perceber como sentimentos tão nobres podem ser aviltados com a banalização destas três palavras. Ouve-se e lê-se “eu te amo” nos mais diversos lugares e contextos. A pessoa acaba de conhecer a outra e já está “amando”. Virou lugar comum. Fala-se por falar, sem sentimento, sem conhecimento do que se está dizendo. Infelizmente, e eu digo infelizmente do fundo do coração, a cada dia que passa, “amor” torna-se mais palavra e menos sentimento. “Eu te amo” nas redes sociais, “eu te amo” no churrasco na casa do amigo, “eu te amo” na esquina esperando o ônibus. Se cada vez que alguém diz essas três palavrinhas elas encerrassem o seu real significado, o mundo estaria infinitamente melhor. Se todos os “eu te amo” ditos e ouvidos fossem sentidos por quem diz e ouve, não estaríamos vivendo neste mundo louco. Amor é exatamente o que nos falta. Não me refiro simplesmente ao amor homem-mulher. Falo do amor no seu sentido amplo. De um homem para uma mulher, de uma mulher para um homem, de um pai para um filho, de um filho para um pai, de uma mulher para outra mulher, de um homem para outro homem, de um amigo para outro amigo, etc, etc, etc. Amor pela família, pelos amigos, amor por um animal, por uma planta, por qualquer ser vivo. Falo de amor e não de “eu te amo”. Dizer estas três palavras é fácil demais. É só abrir a boca e deixar o som sair. Precisamos mais. Precisamos senti-las. O sentimento é nobre demais, lindo demais, para ser banalizado como temos observado pela vida afora. Tanto “amor” não combina com tão pouca caridade e ação. O namorado diz “eu te amo” para a namorada hoje e a espanca amanhã, o filho diz “eu te amo” para o pai hoje e sai com os colegas dos quais o pai vive pedindo para se afastar amanhã, etc. São muitos os exemplos. Obviamente, é muito bom dizer as três palavrinhas. Ouvir, melhor ainda. Mas que venham do coração, que sejam ditas com a alma, e não simplesmente com a boca. Que não sejam ditas porque é bonito dizer, ou porque está na moda dizer, ou porque seremos mais aceitos se dissermos. Que encerrem o seu real significado. Quem ama não comete as atrocidades que o planeta vem sofrendo. Quem ama, seja uma mulher, um homem, um animal ou uma planta, não compactua com as atrocidades deste mundo. Um mundo com tantos “eu te amo” não seria assim, se as palavras fossem verdadeiras. É bom dizer, é ótimo ouvir, mas é necessário sentir. Não devemos banalizar algo tão especial. Não podemos transformar o maior sentimento humano em três palavrinhas, ditas a qualquer hora e lugar, sem o seu real significado. Vamos dizer “eu te amo”. Vamos escrever “eu te amo”. Vamos ouvir “eu te amo”. Mas, antes de dizer, escrever e ouvir, vamos sentir. Vamos AMAR.

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