Valdete Braga Esta semana foi apresentado, em um site da internet, recibo de um banco do governo, com valores referentes a pagamento de auxílios. Outro site negou o fato, alegando que o recibo foi adulterado. Rapidamente a postagem atingiu blogs e grupos virtuais, suscitando debates de todos os níveis. Não cabe aqui questionamento sobre valores de auxílios do governo ou posicionamento político sobre a questão. Em ano eleitoral, infelizmente, aparece de tudo. O grave desse assunto é o fato de um recibo de banco ser adulterado e colocado nas redes sociais como campanha política. Adulteração de documento é crime, e um recibo bancário é documento. Internet não é terra sem lei, ou pelo menos não deveria ser. O mundo virtual prega peças e, com a popularização das redes sociais, mais especificamente o facebook, algumas pessoas, em número cada vez maior, estão se utilizando do espaço de forma, no mínimo, irresponsável. O facebook, popularizado “face”, pode ser utilizado para muita coisa boa. Informação, conhecimento, diversão, a ferramenta tem múltiplas faces. Mas, de uns tempos para cá, a invasão de privacidade virtual tem extrapolado, em muito, situações como vazamento de fotos íntimas de artistas ou fofocas sobre celebridades da mídia. O mundo virtual tem regras. Não se pode sair postando o que quiser sobre quem quiser e muito menos fraudar documentos ou adulterar fotos. Com o amplo acesso às redes sociais, vê-se de tudo. Muita exposição, pessoas que chegam a correr riscos desnudando sua intimidade para o mundo. Dizer “para o mundo” não é exagero, pois uma conta de facebook pode ser acessada por qualquer um, em qualquer lugar, desde que o perfil seja público. Algumas postagens chegam a ser divertidas, de tão descabidas, mas estas não prejudicam ninguém e é livre arbítrio de quem posta. Há pessoas que conversam consigo mesmas utilizando perfis diferentes, há outras que procuram fotos no Google e colocam como suas, há até namoros unilaterais pela rede. Até aí nenhum problema, cada um tem o direito de se divertir ou se autoelogiar, seja qual for a intenção, como quiser. Desde que não haja prejuízo a terceiros, cada um sabe de si. O que não pode acontecer são fatos como esse do recibo bancário. Envolve a instituição, o dono da conta e sabe-se lá mais o quê. Utilizar o virtual para campanhas políticas faz parte do mundo tecnológico. Mentir não. Cabos eleitorais ou candidatos têm o direito de se apresentarem ou apresentarem propostas e argumentos pelo “face”. Isso faz parte da democracia e do direito de expressão. Mas, junto a esses direitos, vêm deveres, como em qualquer situação. Documentos, fotos e falas de outrem não podem ser manipulados para ajudar ou prejudicar A ou B. Independente do partido político ou da denúncia, políticos ou militâncias que se expõem na internet precisam, acima de qualquer coisa, estar compromissados com a verdade.
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