Coisas do Cotidiano: Leia “A Seleção Brasileira de Futebol”, por Antoniomar Lima
Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”
Crescemos ouvindo coisas incríveis sobre a seleção brasileira de futebol como ‘é a melhor do mundo’, ‘somos os maiores ganhadores de copas’, ‘nela jogou Pelé, rei do futebol’, ‘garrincha’, ‘Tostão e outros gênios da bola’.
Adultos, reconhecemos que deveras as seleções, de 58, 62, 70, 94 e 2002 tiveram grandes craques que eternizaram seus nomes na história do futebol mundial e no imaginário popular.
Todas as conquistas merecem aplausos, mas temos que ter consciência que – podemos até tê-la no fórum íntimo como melhor de todas – não é bem assim, outra realidade se apresenta e, às vezes, os torcedores mais fanáticos não se dão conta do que acontece nas entrelinhas. Que nossa seleção conste no panteão das melhores, é fato!
Outra coisa: haveremos de reconhecer também que não teria graça alguma que só uma seleção ganhasse todas as copas. Se tal acontecesse seria algo de outro mundo, o que não é o caso.
Sabemos que tudo é trabalho, dedicação, momento propício, sem esquecermos da sorte – que não sabemos quando mostrará o ar da graça, mas temos que continuar arriscando até acertarmos na mosca novamente, uma hora acontece.
Enquanto isso – infelizmente – temos que procurar entender a oscilação de resultados. Isto é, quando achamos que vai ganhar, perdemos; e quando achamos que vai perder, ganhamos.
Estamos mexendo com coisas humanas propensas a erros e insucessos, situação essa que nenhuma seleção do planeta pode ser excluída.
Não é dizer que temos que nos contentar com o que está acontecendo, entretanto, o que nós torcedores podemos fazer a não ser torcer para que ela se acerte, retome o caminho das vitórias?
Há aqueles torcedores mais exaltados que apelam para a violência, mas temos visto que tal subterfúgio não adianta.
Não existe seleção que consiga manter uma performance de invencibilidade por muito tempo, ou mesmo time. Uma hora vai perder. Uma hora vai penar numa fase ruim. Tudo é fase, e como tudo é fase, temos que ter esperanças de que a fase ruim passará e voltaremos a sentir orgulho como em outros tempos...
Até o momento, a seleção brasileira é a que mais ganhou copas. às vezes dizemos que 'nós' ganhamos porque de alguma maneira nos sentimos representados, afinal de contas são nossos patrícios que entram em campo, mesmo não gostando do que estamos vendo.
Sabemos que corremos o risco de sermos ultrapassados em títulos mundiais pela Itália e Alemanha que são tetras e já que, ultimamente não ganhando nada, só nos resta secar essas duas seleções, mesmo cientes que só podem se igualar a nós até a próxima disputa.
Por outro lado, estamos à frente de muitas outras seleções que nem sequer ganharam um título.
Não podemos esquecer que já sentimos muitas alegrias e que vez por outra lembramos com orgulho, ainda que a seleção atual - com jogadores diferentes, é claro! – não esteja nos dando as alegrias que desejamos que dê.
Laudate Dominum
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