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“Política e Relacionamentos: Existe amizade após a eleição? ”, por Lígia Mendes

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Por João Paulo Silva Publicado em 22/10/2018, 11:18 - Atualizado em 02/07/2019, 01:12

Por Lígia Mendes

• Instrutora Master Mind grau META e Terapeuta Comportamental formada pelo Instituto de Albuquerque;
• Especialista em Ciências do Sucesso pela Napoleon Hill Foundation;
• Fisioterapeuta, formada pela UFVJM;
• Pós-graduada em Ergonomia, pela Universidade Fumec.

Nestes tempos de disputa política, tenho andado muito reflexiva a respeito do comportamento humano. O ser humano é a criação mais incrível, mais complexa. Pode desempenhar tantos papéis com uma flexibilidade gigantesca. Uma mulher, por exemplo, ora representa o papel de profissional, ora de cuidadora da família, esposa e amiga, filha e mãe, entre tantos outros. É hora de exercermos todos o papel de cidadãos, cuidar do nosso cantinho tão especial chamado Brasil. Neste exercício da cidadania, não tenho visto tanta flexibilidade.

Roger Waters, ícone mundial da música, aplaudido e vaiado em São Paulo por expor sua opinião a respeito da política mundial, entre elas a brasileira, disse: “eu sabia que isso ia acontecer, porque em São Paulo, e na América do Sul em geral, vocês têm a fama de terem muito amor no coração”.

Num primeiro instante, emocionei com esta frase. O Brasil é um país de pessoas apaixonadas!

Mas, como estamos expressando nossas paixões?

Alguns dias atrás, antes do primeiro turno das eleições, minha irmã pegou um táxi para casa. Veio tendo uma conversa saudável com o motorista a respeito das eleições presidenciais. Quando ela estava descendo do carro, o motorista pediu que ela expusesse os motivos que a levariam a votar no seu candidato escolhido. Ela, em pé na porta de casa, começou a apontar os seus argumentos. De repente, veio por trás um homem com um cachorro, gritando, nervoso, dizendo que ela era mulher, uma menina, que não entendia nada de política e não deveria estar falando estas coisas na rua. Antes dele terminar a primeira frase, num reflexo, ela entrou pelo portão de casa. Sorte que já estava com a chave na mão e foi rápida, pois o homem continuou a agredi-la. Minha irmã, embora tenha mesmo cara de menina, é uma mulher de 27 anos, independente, ótima profissional, leitora voraz, mestre, fez graduação e mestrado em duas das melhores universidades do país, e uma das pessoas que eu conheço que mais entende de política. Mas pensava diferente e foi agredida.

Encontrei na página de uma tia e amiga uma mensagem atribuída à Monja Coen, bem adequada para o momento que estamos vivemos:

“…nós não desistimos e vamos continuar na proposta de que é possível seres humanos terem uma expansão de consciência… de nos reconhecermos irmãs e irmãos no planeta Terra, nos respeitarmos nas nossas diferenças.”

Quem me conhece bem sabe dos meus valores e opiniões. E eu manifesto alguns deles porque acredito que é terrível ser omisso.

E da mesma forma que defendo meus valores, acredito que todos têm o direito de defender os seus. Defendo o que acredito com diplomacia, buscando ao máximo respeitar as decisões das outras pessoas, e fazendo de tudo para manter todos os meus amigos no meio desta “guerra”. Independente de quem ganhar, continuaremos precisando uns dos outros.

As eleições vão passar, seguiremos nossas vidas com a fé de que todos nós possamos nos sentir seguros e aceitos, independente de qualquer coisa. A boa notícia é que os valores de muitas pessoas estão vindo à tona. Isso é educativo e traz uma ótima oportunidade de reflexão acerca dos nossos relacionamentos.

Será que queremos em nossas vidas quem agride em vez de argumentar? Quem ataca o outro por pensar diferente? Quem não tem autocontrole para ter uma conversa saudável? Ou pior, quem NÃO DESEJA desenvolver um comportamento mais diplomático?

Como treinadora de líderes acredito que é totalmente possível mudarmos nosso comportamento para melhor, domarmos esta fera interior e nos tornarmos pessoas mais polidas. Só que o primeiro passo é querer!

E você? O que deseja melhorar em seu comportamento?

Vamos analisar nossas atitudes atuais com muita sinceridade. Quem sabe a pessoa difícil da relação não está diante do espelho?

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