Prosa na Janela: “Teorias sobre o amor ”, por Roberto dos Santos

Leia mais um conto inédito de Roberto dos Santos no JVA.

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Por Roberto dos Santos Publicado em 18/07/2024, 13:00 - Atualizado em 18/07/2024, 13:00
A escrita de Roberto dos Santos, colunista cativo do JVA, transita entre a prosa, o conto e a crônica. Crédito — Arquivo pessoal. Siga no Google News

Não creio na existência do amor à primeira vista. Na verdade, acredito nos caminhos que o amor percorre até chegar ao coração. Quando o amor finalmente chega, é tão grandioso que revoluciona por inteiro a vida dos amantes e amados.

O que chamamos de primeiro encontro, na verdade, não pode ser visto assim, todos os encontros são primeiros, os sentimentos aflorados a cada momento se intensificam e se tornam únicos a cada olhar, cada sorriso, e por aí vai. Por isso, quando alguém está apaixonado, o anseio por encontrar a pessoa amada é frequente, pois, na verdade a expectativa é pelo que de novo surgirá naquele ou naquela que conquistou seu coração.

Ainda mantenho a convicção de que o amor surge de três momentos distintos. O primeiro ocorre quando um olhar se encontra com o do outro, sendo esse encontro uma espécie de acordo mútuo.
Desperta nos envolvidos uma emoção, uma dor que não é dor, uma sensação agradável que os mantém conectados um ao outro. Neste instante, as palavras se tornam dispensáveis. Contudo, ainda não se trata de amor.

Num segundo momento enumero os trejeitos próprios de cada um, ou seja, a singular característica criada em cada indivíduo que confere exclusividade a cada ser, mais ou menos assim, cabeça levemente inclinada para o lado, passos curtos ou longos, rítmicos ou apressados, sorriso inocente ou sensual.

Cada indivíduo possui características especiais, características que, se percebidas, podem levar a descobrir detalhes surpreendentes e únicos. Mas ainda não é amor.
Então como ato final, enfatizo o amor em alto grau, quando acontece dentro de cada pessoa, gestado no mais íntimo de cada um.

Depois do mergulho no olhar, e dos encantos únicos, se acontecer de despertar uma revolução interior, daquelas que provocam frio na barriga, e nos encontros suscitam os melhores abraços, isso, sim, é amor. A roupa a adornar os corpos passa a ser apenas panos insignificantes, pois a verdadeira beleza ofusca as cores, afinal o brilho interior é o mais sublime dos brilhos.

Porque o amor deve começar de dentro para fora. Os sorrisos bonitos, o brilho no olhar, a graciosidade no andar, no falar, isso não é amor, mas uma expressão de amor, como que uma explosão interior que projeta externamente o suprassumo do amor.

E como gran finale queria dizer que o amor requer pureza d’alma, que é lindo e que quando o amor é alguém, esse alguém é tudo. Esse alguém é o mundo.

Um Comentário

  1. Wanderléia 20/07/2024 em 18:51- Responder

    maravilhoso texto , que tocou no profundo da minha alma … Ouro preto e seus encantos de amor 😍❤️

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