Após ler a última publicação da coluna prosa na janela - “Para sempre Juliete” - no jornalvozativa.com, uma leitora após dizer que havia gostado da história, me perguntou se eu realmente acreditava nesse amor que escrevi e que também aparece em outras publicações. Se há possibilidade de alguém mexer tanto com o outro a ponto de provocar reações inimagináveis.
Eu respondi prontamente que sim e enumerei o que é amar, na minha humilde concepção. E antes que eu fosse questionado em alguns pontos, fiz questão de frisar que era um pensamento meu, não tinha nenhuma base científica, mas puramente baseado nas experiências e observações vividas ao longo de mais de meio século de vida.
E assim falei:
Amar não é dizer “eu te amo” é sentir dentro de si uma fração da pessoa amada. Mas dizer “eu te amo” também é bom, desde que não seja apenas pela sonoridade extasiante da expressão em questão. O sentimento é muito mais importante do que dizer que o sente, pois se eu digo que amo e não amo, logo não amo. Mas se eu digo que não amo e amo, é certo que amo. Por outro lado se digo que amo e amo, eu amo. A expressão “eu te amo” em alguns momentos nada significa, configuram-se apenas palavras ao vento, em outros podem significar o que há de mais bonito.
Mais importante do que falar é sentir, e sentindo transforma-lo em ações, contudo não excluo, mas reafirmo que declarar-se em viva voz é uma forma de carinho, portanto imensamente relevante.
O sentir ainda é mais importante, pois une verdadeiramente quem ama e também quem é amado. Nesse caso o sentimento está no íntimo de cada um, exatamente a fonte do amor.
Mas o amor entre um homem e uma mulher precisa ser esmerado, principalmente nos pontos díspares. Se entre esses pontos não houver atração, não é amor. Os opostos vão se atrair no momento que a outra pessoa completa essas lacunas. Mas esse completar não significa uma passividade, ou seja, entender essas diferenças e compreendê-las pura e simplesmente, mas trabalhar para que esses pontos díspares promovam união e superação.
O amor entre o homem e uma mulher precisa ser olhado numa ótica bem mais apurada. Isso para que o amor não seja visto com tanta pequenez, assumindo uma dimensão aquém de suas verdadeiras proporções.
Há de se diferenciar o amor desses vislumbres que acontece em decorrência de um corpo bonito, isso não quer dizer amor, porém pode se transformar num grande amor, desde que essa primeira impressão vá além do que os olhos podem ver.
O ponto chave de toda essa problemática está no fato de que o amor não deriva de aparências. O amor nasce inexplicavelmente sem levar em conta se é gordo ou magro, alto ou baixo, ou qualquer que seja a constituição física, ele nasce do invisível que povoa todos os corações. Por isso que pessoas são vistas por alguns como atraentes e por outros sem esse enfoque diferenciado. Não tem explicação para o amor.
O amor está em alto grau quando quem ama o faz com toda a sua força sem a exigência de que seja amado de volta, mas deseja com a mesma força esse amor. Quem ama dessa forma alcançará a felicidade simplesmente porque a felicidade do outro estará em si.
Um amor assim tende a ser duradouro porque o tempo não terá poder sobre ele, como seu nascedouro é lá pelas cercanias do coração, no mais íntimo de cada ser, ele sempre estará jovem e robusto, afinal para as coisas da alma o tempo não existe.
A leitora achou bonitas as minhas palavras, e perguntou como faço para enxergar as coisas dessa maneira.
A nossa conversa terminou quando respondi:
Tudo parte de dentro de mim, porque tudo que há dentro de mim é meu, fora de mim eu não tenho controle de nada, pois nada me pertence. O amor que falo, é o amor que tenho. A todos dou a liberdade de amar como quiserem já de mim eu exijo o melhor dos amores.
Deixar Um Comentário