Nunca sou de reclamar da vida, sempre fui, moderadamente, otimista. Aprendi com meus pais a supervalorizar o dia presente, o hoje, o momento vivido, ou usando a expressão de um poema de Horácio “carpe diem”. Isto é, aproveite o momento, tente não gastar o tempo com coisas inúteis.
Por isso, que me voltei para a leitura, pois quando exerço essa atividade não sinto que estou perdendo tempo. Acredito que perder tempo não é perder dinheiro, perder tempo é não ter consciência da alta importância de viver da melhor forma possível a oportunidade de estar no mundo, mesmo sendo efêmera.Talvez, por esse motivo mesmo é que ela, a vida, deva ser valorizada.
Se na condição terrena ela fosse prolongada, talvez pensássemos ao contrário. Isto é, não valorizaríamos cada instante vivido, cada gota de suor, tudo que achamos que tem algum valor, enfim.
As coisas boas que vivemos no dia de ontem não terão reprise, por isso, que as coisas boas de agora, mesmo que não tenhamos consciência que são boas realmente devem ser aproveitadas com todas as forças que pudermos, dentro, é claro das limitações de cada um (a) de nós, digo assim porque muitas vezes descobrimos isso só depois que passam. Talvez, só por sabermos depois, é que sentimos vontade de reviver alguns momentos e alimentamos viver, senão iguais, mas outros que se aproximam, ou ainda melhores.
Que cada um (a) de nós, saiba viver o seu melhor, cada qual com a sua idiossincrasia e limitações.
As coisas que passaram são provas de que coisas melhores podem ser vividas, não da mesma maneira das coisas de outrora – pois cada uma tem a sua particularidade – Mas, aqui, agora, sem a ânsia que só amanhã serão vividas. Porque não vivê-las hoje? Amanhã pode não ser possível. Esperar pelo amanhã para ser feliz, ou viver algo, nada passa de logro, pois o dia de amanhã a Deus pertence, não a nós. O dia de hoje sim, esse é nosso, esse podemos viver com realidade e consciência.
Às vezes, um momento que reputamos sem graça, que aparentemente parece insignificante, pode ser um grande momento se visto com outros olhos e sentimentos mais elevados!
Da mesma forma, que algo que parece um grande momento, mas que no bojo é oco e sem quaisquer significados. Tudo depende do ponto de vista e da realidade de cada um (a). Urge, às vezes, não ter consciência da magnitude ou da pequenez de um determinado momento. Se for o caso da primeira terá o preito de nossa saudade, se for o da segunda, alguma experiência.
Laudate Dominum!
Sobre o autor
Em "Coisas do Cotidiano", o escritor, poeta e graduando em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, pretende percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana”.
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